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ELIANE CANTANHÊDE
Tabelinha
BRASÍLIA - No primeiro debate
da campanha, ontem, no Congresso
Mineiro de Municípios, Marina,
Dilma e Serra defenderam a reforma tributária e despejaram elogios
nos municípios e nos prefeitos.
Um script óbvio e em que eles se
igualaram. Mas o que foi mais estridente foi Serra abrindo, fechando e
marcando sua participação com
cascatas de simpatia para Marina.
Ele citou-a duas vezes na sua primeira intervenção, aplaudiu-a duas
vezes enquanto ela falava, trocou figurinhas com ela enquanto Dilma
discursava e explicou, ao voltar ao
microfone, que estava receitando
um remediozinho para a adversária
do PV: "Eu e a Marina temos um
problema comum: a garganta".
Serra representou o personagem
bom moço, simpaticão, apesar de
ter sido cercado e até ameaçado à
entrada por professores mineiros
em greve, aos gritos de "Aécio,
Anastasia, tudo a mesma porcaria".
Diante do microfone e das câmeras, ele citou Fla-Flu, Palmeiras e
Corinthians, Cruzeiro e Atlético,
abriu duas vezes as portas de seu
eventual governo ao PT, fez elogio
para Lula e mais de uma gracinha
para Dilma. Deixou também no ar
uma referência elogiosa a Francisco Dornelles, "anfíbio de mineiro
com carioca" e o mais novo cotado
para vice na sua chapa.
Dilma parecia nervosa no início,
controlando mal a voz, sugerindo
desconforto. Depois, pegou o ritmo
e batucou todo o tempo nos feitos
do governo Lula. Citou o PAC, elencou os projetos para Minas, falou do
combate ao desequilíbrio regional e
da geração de empregos. Defendeu
um "debate de projetos, de ideias" e
procurou sorrir e ser também simpática, mas contida.
Para Marina, aplicada e discreta,
é importante uma "disputa política,
não plebiscitária". Não por acaso,
esse foi um dos momentos em que
foi aplaudida por Serra, que deixou
no ar uma nítida impressão: ele e
Marina se articulam para o segundo
turno, mas, no fundo, temem o fim
da eleição já no primeiro.
elianec@uol.com.br
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