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VALDO CRUZ
De novo?
BRASÍLIA - Os tucanos fecharam
a última semana encenando um clima de ânimo e união em torno do
projeto de reconquistar a Presidência da República. Não diria que foi
mera encenação, mas não reflete
fielmente o que anda se passando
nos bastidores do tucanato.
Desde a divulgação da última pesquisa Datafolha, indicando subida
de Dilma e recuperação do índice
de aprovação de Lula, o PSDB passou por algumas turbulências internas -provocadas pelo sentimento
de que as coisas não estão seguindo
o roteiro imaginado.
Não vou nem falar das indefinições sobre o planejamento de campanha. Fiquemos num dado que
não estava no script tucano: a volta
da aprovação de Lula ao patamar
pré-crise econômica.
A cúpula do tucanato considerou
esse movimento mais preocupante
do que a subida de Dilma, já esperada. Pelos cálculos iniciais do PSDB,
a crise iria desgastar por mais tempo a popularidade presidencial.
Nas palavras de um líder tucano,
parece que ninguém mais fala em
crise no país. O desemprego não
disparou, a indústria começa a se
recuperar e o crédito voltou a subir.
Dados indicando que o pior pode
realmente ter passado.
O tucano faz questão de dizer que
não torce pelo quanto pior, melhor,
mas a situação indicava que a travessia seria bem mais difícil. Parece
que não será. O país deve entrar
2010 em um ritmo de crescimento
econômico de 3,5% a 4%.
Ou seja, o fator economia pode
não ser uma arma tão poderosa assim a serviço dos tucanos na eleição
de 2010. Exigindo, como reclamou
José Serra, um papel mais atuante
do PSDB na crítica aos pontos fracos do petismo, como o aparelhamento da máquina pública.
Resumindo, o retrato do momento mostra que, se os tucanos continuarem batendo cabeça, na próxima curva podem descobrir que perderam o bonde. De novo.
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