São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009

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VALDO CRUZ

De novo?

BRASÍLIA - Os tucanos fecharam a última semana encenando um clima de ânimo e união em torno do projeto de reconquistar a Presidência da República. Não diria que foi mera encenação, mas não reflete fielmente o que anda se passando nos bastidores do tucanato.
Desde a divulgação da última pesquisa Datafolha, indicando subida de Dilma e recuperação do índice de aprovação de Lula, o PSDB passou por algumas turbulências internas -provocadas pelo sentimento de que as coisas não estão seguindo o roteiro imaginado.
Não vou nem falar das indefinições sobre o planejamento de campanha. Fiquemos num dado que não estava no script tucano: a volta da aprovação de Lula ao patamar pré-crise econômica.
A cúpula do tucanato considerou esse movimento mais preocupante do que a subida de Dilma, já esperada. Pelos cálculos iniciais do PSDB, a crise iria desgastar por mais tempo a popularidade presidencial.
Nas palavras de um líder tucano, parece que ninguém mais fala em crise no país. O desemprego não disparou, a indústria começa a se recuperar e o crédito voltou a subir. Dados indicando que o pior pode realmente ter passado.
O tucano faz questão de dizer que não torce pelo quanto pior, melhor, mas a situação indicava que a travessia seria bem mais difícil. Parece que não será. O país deve entrar 2010 em um ritmo de crescimento econômico de 3,5% a 4%.
Ou seja, o fator economia pode não ser uma arma tão poderosa assim a serviço dos tucanos na eleição de 2010. Exigindo, como reclamou José Serra, um papel mais atuante do PSDB na crítica aos pontos fracos do petismo, como o aparelhamento da máquina pública.
Resumindo, o retrato do momento mostra que, se os tucanos continuarem batendo cabeça, na próxima curva podem descobrir que perderam o bonde. De novo.


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