São Paulo, Segunda-feira, 07 de Junho de 1999
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PAINEL DO LEITOR

Constituição

"Ao avistar a coluna de Fernando Rodrigues no sábado (pág. 1-2, Opinião), o que me chamou a atenção de início foi o tema estampado no título (FHC ainda não é Fernando Collor, mas pode vir a ser). Contudo o que sobressaiu do texto foi sua opinião sobre a Constituição, chamada por ele de "porcaria".
Minha opinião é francamente diversa. Não fosse a "porcaria", nem Fernando Rodrigues nem eu poderíamos expressar nossas opiniões. Afinal, é ela que garante que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (art. 5º, IV), e, mais especificamente, que "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença" (art. 5º, IX)."
Pérsio Henrique Barroso (Uberlândia, MG)

"Gostaria que Fernando Rodrigues explicasse sua frase "essa porcaria de Constituição que o Brasil tem". A afirmação é chocante. É uma Constituição detalhista, todos sabemos, mas isso ocorreu por conta do momento histórico. Impôs encargos ao poder público, deixando de atentar para questões econômicas, é verdade. Porém é a mais cidadã de todas as nossas Constituições e garantiu direitos fundamentais que nos permitem segurança -a segurança jurídica que o ilustre jornalista invocou para impedir a invasão de sua privacidade em caso recente."
Alfredo Macedo (Brasília, DF)

Colunistas

"Janio de Freitas, Carlos Heitor Cony e Fernando Rodrigues não apenas honram as melhores tradições éticas do jornalismo brasileiro como diariamente oferecem aos leitores visões independentes e sensatas sobre questões de alta relevância na vida nacional.
Eles demonstram espírito público, apego à verdade e, várias vezes, indignação cívica. Sugiro ao leitor Sérgio Silveira, que, no "Painel do Leitor" de ontem, classificou os três jornalistas de clones de Dustin Hoffman em "O Quarto Poder", que prestigie apenas os articulistas fernandetes que vicejam em nossa mídia."
Dênis de Moraes (Nova Friburgo, RJ)

Defendendo FHC

"Caro presidente, não se preocupe com a divulgação das fitas a respeito da privatização das teles. O povo sabe que o senhor agiu em defesa do país, para obter mais recursos para os cofres públicos."
Silvio Diogo Lourenço dos Santos (Uberaba, MG)

Ditadores

"Três perguntas. A primeira e a segunda Pinochet e Milosevic devem estar se fazendo: "Por que logo na nossa vez?". A terceira fazemos nós: e se o juiz espanhol solicitar a detenção de Fidel, que sai da sua ilha e chega ao Rio por estes dias?"
Fernando Salinas Lacorte (Rio de Janeiro, RJ)

Marilene Felinto

"Gostaria de saber se a sra. Marilene Felinto tem algo contra o povo evangélico, ou se está de mal com vida -ou quem sabe consigo mesma. Não obstante a corrupção que impera nos governos do nosso país e a alienação da população paulistana com relação aos últimos acontecimentos na Prefeitura de São Paulo, gostaria de lembrá-la de que a nossa Constituição nos dá o direito de ir e de vir e de que as pessoas não lhe devem satisfação a respeito daquilo que cultuam ou fazem.
Não é a primeira vez que a articulista faz ataques a nós, evangélicos, como o fez em sua coluna da última terça ("Só evangelho e música pop mobilizam o povo'), usando como pretexto os problemas sociais de nossa nação."
Marcelo Rodrigues (Suzano, SP)

"No artigo "Só evangelho e música pop mobilizam o povo", Marilene Felinto conseguiu expressar com clareza e objetividade um sentimento que com certeza passa pela cabeça da maior parte dos brasileiros. O que está acontecendo com o nosso povo? Por que essa letargia total? Simplesmente maravilhoso o artigo! Parabéns à articulista e também à Folha, que cede espaço para que opiniões como essa sejam expressas. Convém que nossas lideranças políticas (se é que elas existem) reflitam sobre as questões colocadas no texto e façam uma avaliação de sua conduta."
Carla Kirilos Mattar de Oliveira ( Maceió, AL)

Desarmamento

"Fiquei estarrecido com a notícia de que o presidente da República enviou projeto de lei ao Congresso impedindo a venda de armas a civis. Quando da tramitação do projeto de lei que criminalizou o porte ilegal de armas de fogo, escrevi para a Folha demonstrando a inutilidade de tal legislação, já que não evitaria o uso de armas por criminosos, como de fato se verificou. Previ também que o próximo passo seria proibir a venda, para finalmente tornar ilegal a simples posse de armas, mesmo pelo cidadão de bem. E é exatamente o que vai acontecer se os setores mais esclarecidos da sociedade civil deste país nada fizerem a respeito.
Os cidadãos honestos ficarão indefesos diante dos meliantes, bem como de um governo totalitário sob as vestes de uma democracia. A questão diz respeito à própria cidadania, pois nenhum Estado tem o direito de oprimir seus cidadãos impedindo-os de defenderem suas vidas. Em breve, todos os direitos individuais deixarão de existir sob o pretexto de resolver este ou aquele problema nacional. Já presenciamos tal comportamento em Estados que foram se tornando ditatoriais, e o resultado é do conhecimento público. Nunca a autotutela legal gerou violência, bem como nenhum brasileiro elegeu alguém para tiranizar o povo com propostas demagógicas."
Marcelo Pereira (São Paulo, SP)

"O Estado, não cumprindo com suas obrigações essenciais, tais como trabalho, salário digno, educação, saúde, cultura, moradia, segurança, lazer, esporte, recreação, etc., faz com que milhares de brasileiros pobres, jovens principalmente, procurem a "sobrevivência" com uma arma ilegal nas mãos.
Armas são um incentivo à violência, assim como a ausência do Estado nos direitos dos cidadãos. Violência é uma droga!"
Luiz Carlos dos Santos (São Paulo, SP)

Hare Krishna

"Nós, membros do movimento Hare Krishna, ficamos estarrecidos ao tomar conhecimento da tira de Caco Galhardo, "Os Pescoçudos", de 3/6 (Ilustrada). Demonstra uma total falta de respeito a Deus, seus devotos e toda uma cultura que existe há tantos milhares de anos. Não é possível que em nome de um humor tão barato e sem graça a Folha permita que uma ofensa desse tipo seja cometida."
Sudarshan Das e Prema Pumartha Devi Dasi (Juiz de Fora, MG)

África

"Parabenizo a Folha pela forma adequada e pela frequência com que vem tratando temas referentes à África e aos afrodescendentes.
A cobertura do sequestro e da libertação da senadora colombiana Piedad Córdoba e, ainda, o tratamento inclusivo do caderno Mais!, nas reportagens sobre os brasilianistas, são exemplos de um jornalismo independente e ao mesmo tempo capaz de contemplar a diversidade brasileira e das várias nações."
Dulce Maria Pereira, presidente da Fundação Cultural Palmares (Brasília, DF)


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