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A POPULARIDADE DO RODÍZIO
Apesar das dificuldades criadas pelo rodízio de automóveis na região
metropolitana de São Paulo para os
que circulam em veículos particulares, 72% da população aceita que a
medida vigore durante o ano inteiro.
Pesquisa publicada hoje nesta Folha
mostra que, mesmo entre os que são
menos favoráveis à medida (os paulistanos com renda familiar acima de
20 salários mínimos), a taxa de aceitação do rodízio é de 64%. A melhoria no trânsito, mais do que a do nível
da poluição, é o que motiva o apoio
ao revezamento de veículos.
Ante a quase impossibilidade econômica de multiplicar indefinidamente as obras viárias, incapazes de
acompanhar a incorporação de cerca
de 1.000 novos veículos por dia ao
tráfego das cidade, os paulistanos
demonstram estar prontos a algum
sacrifício para impedir o colapso do
trânsito. Para alguns, o problema é
deixar o carro em casa uma vez por
semana. Para outros, é dividir com
maior número de pessoas o muitas
vezes precário transporte público.
No entanto, é preciso ter em mente
que o rodízio é um paliativo, com
prazo previsível para se tornar insuficiente no combate aos congestionamentos. Ao tornar o rodízio uma rotina na cidade, o poder público deve
assumir o compromisso de criar um
programa de melhoria do transporte
coletivo. Esse projeto, é certo, demanda muito investimento e tempo
para ser implementado. Mas, de outro modo, dentro de cinco a dez anos
não haverá rodízio que desafogue as
ruas da cidade. Ressalte-se que o prejuízo provocado pelos congestionamentos já é grande -R$ 6 bilhões
por ano apenas no transporte de pessoas, segundo o Instituto de Engenharia de São Paulo.
Segundo a pesquisa Datafolha, a
população parece disposta a contribuir com uma cota de sacrifício e
desconforto para minorar o problema. Cabe agora ao poder público responder a essa manifestação coletiva
de paciência com providências que
permitam dar uma solução de longo
prazo à questão do transporte.
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