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AIDS E IRRESPONSABILIDADE
É preocupante a notícia de que
vem aumentando o número de casos
de brasileiros que estão praticando
sexo sem camisinha e depois procuram clínicas de infectologistas para
tomar o chamado coquetel anti-HIV.
Os importantes avanços verificados
nos últimos anos no combate à moléstia não podem de maneira alguma
estimular esse comportamento irresponsável. A prevenção ainda é a principal forma de evitar a doença.
As novas drogas, por mais promissores que venham a ser os seus efeitos, são ainda experimentais (não se
sabe ao certo por quanto tempo conseguem "driblar" o vírus), além de
extremamente tóxicas e caras (cerca
de R$ 1.500 por mês de tratamento).
Se o procedimento profilático com
o coquetel é recomendado em alguns
poucos casos (profissionais de saúde
que se contaminam com sangue infectado ou o rompimento acidental
da camisinha quando um dos parceiros é soropositivo), é preciso lembrar
que essas são situações em que o risco é alto e previsível. Ademais, nessas eventualidades há sempre uma
supervisão médica e o paciente, em
tese, está menos sujeito a se infectar
novamente, o que não ocorre no
comportamento de risco.
O sexo inseguro representa uma
aventura potencialmente mortal para
o praticante e seus parceiros, bem
como um grave problema de saúde
pública. Praticá-lo, esperando que o
coquetel impeça a contaminação, é
um equívoco. De cada quatro pessoas que tomam o coquetel, pelo menos uma desenvolve complicações
indesejáveis devidas aos efeitos colaterais. Mais grave, porém, é o fato de
o uso descontrolado dos medicamentos levar ao surgimento de cepas
do vírus resistente às drogas. Seria
como que inutilizar a arma mais eficaz que se desenvolveu contra o HIV.
É fundamental que os avanços na
luta contra a Aids, em período de
tempo relativamente curto, não conduzam à perigosa crença de que a
doença deixou de ser um problema.
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