São Paulo, quarta-feira, 07 de julho de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Estatísticas
"O IBGE esclarece que o senhor presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, quando concedeu entrevista em Basiléia, na Suíça, ao repórter Marcelo Billi ("Para Meirelles, Brasil não será afetado pela alta", Dinheiro, 28/6), na qual falou sobre o crescimento da produção industrial do país em maio, não tinha conhecimento de nenhuma informações ou de números sobre a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), que será divulgada na próxima quinta-feira. Isso por duas razões: a primeira, de ordem técnica -só no dia 2/7, às 13 horas, os técnicos tiveram disponibilizadas as tabelas para fazerem os primeiros cálculos dos números da pesquisa, portanto quatro dias depois da publicação da entrevista; e, ainda, o IBGE sempre se pautou pelo respeito rigoroso ao sigilo das informações sobre as pesquisas econômicas, de acordo com as normas legais e de uso internacional, e às portarias do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que definem a precedência para as autoridades governamentais. Todas as pesquisas são divulgadas pelo IBGE nas datas definidas pelo calendário que é colocado em seu site na internet (www.ibge.gov.br) em dezembro do ano anterior. Essas pesquisas tornam-se de domínio público às 9h30 do dia de sua divulgação."
Luiz Mário Gazzaneo, coordenador de comunicação social do IBGE (Brasília, DF)

Esforço concentrado
"Esforço concentrado é a reunião familiar de final de mês para decidir o que pagar diante dos constantes aumentos de água, de luz, de combustíveis, nos supermercados etc. etc..."
Delmon J. Silva (Palhoça, SC)

Educação 1
"Em relação à reportagem sobre resultados da avaliação do Saresp, publicada em 5/7 ("Auto-avaliação mediu qualidade de escola", Cotidiano), é preciso que uma questão fique bem clara: os diretores de escola simplesmente transmitiram as orientações da Secretaria da Educação e da Fundação Carlos Chagas, que estabeleceram critérios para a correção das avaliações. Transmitir critérios determinados não é pedir condescendência aos professores."
Roberto Augusto Torres Leme, presidente da Udemo -Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Educação 2
"É um absurdo o descaso dos nossos governantes em relação à educação no nosso país. Professores, funcionários e alunos da Unesp estão em greve há mais de um mês por melhores salários, por aumento de verba e contra o sucateamento do ensino superior e os reitores não parecem abertos a negociações, alegando falta de verba e inchaço na folha de pagamento. Quando o governador Geraldo Alckmin resolve "ceder" às negociações, qual não é a nossa surpresa: "o menor reajuste, de 5%, será para os professores de ensino básico 2, supervisores de ensino e diretores de escola" ("Alckmin dá aumento de 5% a 59% aos servidores de SP", Brasil, 6/7). O discurso vigente é o de que a educação é essencial para o desenvolvimento do país, com o qual eu concordo plenamente. Porém o que vemos é o lamentável empobrecimento dos professores da escola pública, principalmente dos do ensino básico. Se o reconhecimento que a categoria continuar tendo for esse, penso que o Brasil perderá os bons profissionais da educação e nosso desenvolvimento tardará mais a chegar".
Carolina Delgado de Carvalho, estudante de licenciatura em ciências biológicas na Unesp (Botucatu, SP)

Vereadores
"Engana-se o articulista José Paulo Cavalcanti Filho ("O tiro pela culatra", "Tendências/Debates", 6/7) ao afirmar que a redução da quantidade de vereadores foi um "tiro pela culatra". A democracia, em especial a brasileira, é uma forma de organização política em gradual e constante melhoria. Atualmente, a notável pequenez de nossos políticos por certo impedirá a redução de custos com a decisão da Justiça, mas essa redução virá a médio prazo."
Juvenal Ferreira Fortes Filho (Rio de Janeiro, RJ)

 

"De acordo com José Paulo Cavalcanti Filho, estamos presenciando uma ilusão de ótica, na verdade uma farsa ou mais um episódio burlesco. Quer dizer que a redução do número de vereadores nas Câmaras não representará redução de custos ou economia para investimentos sociais no município? Significará tão-somente uma sobra de verba a ser distribuída generosamente à minoria dos parlamentares restantes? Definitivamente, é por essas e por outras que muitos brasileiros preferem cruzar ilegalmente a fronteira do México com os Estados Unidos a assistir a esses indecorosos espetáculos de fragilidade democrática e debilidade republicana."
Ângela Luiza S. Bonacci (Pindamonhangaba, SP)

Investigação
"Na reportagem "8 desembargadores do TRF votam pelo afastamento de juiz federal" (Brasil, pág. A11, 2/7), a Folha diz que eu sou acusado de tentar "obter transcrições que [Wendel] recebera dos grampos autorizados sobre Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, considerado o maior contrabandista de cigarros do país pela Polícia Federal". O jornal cometeu um grave erro de informação. Sobre o fato, gostaria de prestar os seguintes esclarecimentos: 1. Não é verdade que ameacei policiais para obter as fitas do caso Lobão. Essa acusação não existe em nenhum lugar -nem nos autos, nem no depoimento de Wendel Matos, citado pelo próprio jornal, nem na Justiça. Bastaria a Folha ter checado a informação para não cometer o grave erro; 2. Exigi esclarecimentos e a integralidade das interceptações do caso Ari Natalino, do qual era juiz natural, cuja prisão e condenação são de minha lavra. Ressalto que em nenhum momento ameacei os policiais. Apenas exigi, como era meu dever, a integralidade das interceptações e esclarecimentos sobre grampos ilegais e outros crimes que havia detectado; 3. O policial Wendel Matos, coordenador das interceptações, nunca apresentou representação contra mim, medida indispensável para formular denúncia contra mim de acordo com o artigo 147 do Código Penal. Curiosamente, mesmo sem a representação da suposta vítima, o Ministério Público Federal ofereceu a denúncia; 4. Os grampos ilegais e demais crimes estão comprovados documentalmente e estão juntados em minha defesa preliminar. O próprio MPF verificou a existência de escutas telefônicas clandestinas e outros crimes, tendo determinado a abertura de inquérito policial para apurar o caso. A requisição foi assinada pelo procurador da República Cristiano Valois Souza e remetida à Superintendência da Polícia Federal de São Paulo. O juiz que me substituiu nesse processo tomou a mesma atitude, ou seja, exigiu esclarecimentos e a integralidade das fitas, o que demonstra que minha atuação foi legítima; 5. Curiosamente, membros do próprio MPF impetraram habeas corpus para barrar as investigações sobre os grampos ilegais e demais delitos, comprovados documentalmente, e adotaram medidas de retaliação contra o doutor Cristiano (representação). Fica claro que o objetivo é evitar que tais delitos sejam apurados. Gostaria que a Folha corrigisse o grave erro que cometeu. Reafirmo a minha confiança no Tribunal Regional Federal da 3ª Região e tenho a consciência tranqüila de que agi como qualquer autoridade agiria diante da prática dos graves delitos detectados e comprovados documentalmente."
Ali Mazloum, juiz titular da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".


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