São Paulo, sábado, 07 de julho de 2007

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Rodízio é o mínimo

A SUSPENSÃO , em caráter experimental, do rodízio de veículos na cidade de São Paulo durante os primeiros dias das férias escolares de julho teve como resultado concreto demonstrar que a restrição tornou-se vital para a mobilidade na metrópole. Tanto é assim que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) já cogita de suspender o experimento na próxima semana.
No período das manhãs, o índice médio de congestionamento deste início de julho foi semelhante ao verificado em junho. Na parte da tarde, entretanto, a taxa tem ficado entre 15% e 20% acima da do mês passado.
O fenômeno é compatível com os dados de uma pesquisa do Metrô segundo a qual 20% dos deslocamentos de carros têm como origem ou destino a escola. O problema é que essas viagens tendem a concentrar-se no período da manhã e início da tarde, daí o acúmulo de congestionamentos registrados na faixa vespertina com a suspensão do rodízio: neste horário, as ruas não estão mais vazias por conta das férias, mas há mais gente tentando voltar para casa de carro.
O caso é eloqüente para demonstrar que o rodízio, embora necessário à fluidez do tráfego, é uma política meramente paliativa. A frota paulistana ganha uma média de 500 novos veículos por dia -e o poder público praticamente não tem mais opções para criar novas vias de circulação.
A abordagem racional do problema é simples: é preciso ampliar a oferta e a qualidade do transporte coletivo e, ao mesmo tempo, criar restrições ao transporte individual. É aí que entram propostas como a do pedágio urbano. A idéia decerto conta com a oposição de muitos paulistanos, mas é uma questão de tempo até que seja adotada.
Renunciar a fazê-lo temendo o desgaste político, como vem sendo a opção dos últimos prefeitos, nada mais é do que transferir a responsabilidade para o acaso, que lidará com problema de forma caótica, ampliando os prejuízos para todos.


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