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Rodízio é o mínimo
A
SUSPENSÃO , em caráter experimental, do rodízio de
veículos na cidade de São
Paulo durante os primeiros dias
das férias escolares de julho teve
como resultado concreto demonstrar que a restrição tornou-se vital para a mobilidade na metrópole. Tanto é assim que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) já
cogita de suspender o experimento na próxima semana.
No período das manhãs, o índice médio de congestionamento
deste início de julho foi semelhante ao verificado em junho.
Na parte da tarde, entretanto, a
taxa tem ficado entre 15% e 20%
acima da do mês passado.
O fenômeno é compatível com
os dados de uma pesquisa do Metrô segundo a qual 20% dos deslocamentos de carros têm como
origem ou destino a escola. O
problema é que essas viagens
tendem a concentrar-se no período da manhã e início da tarde,
daí o acúmulo de congestionamentos registrados na faixa vespertina com a suspensão do rodízio: neste horário, as ruas não estão mais vazias por conta das férias, mas há mais gente tentando
voltar para casa de carro.
O caso é eloqüente para demonstrar que o rodízio, embora
necessário à fluidez do tráfego, é
uma política meramente paliativa. A frota paulistana ganha uma
média de 500 novos veículos por
dia -e o poder público praticamente não tem mais opções para
criar novas vias de circulação.
A abordagem racional do problema é simples: é preciso ampliar a oferta e a qualidade do
transporte coletivo e, ao mesmo
tempo, criar restrições ao transporte individual. É aí que entram
propostas como a do pedágio urbano. A idéia decerto conta com
a oposição de muitos paulistanos, mas é uma questão de tempo até que seja adotada.
Renunciar a fazê-lo temendo o
desgaste político, como vem sendo a opção dos últimos prefeitos,
nada mais é do que transferir a
responsabilidade para o acaso,
que lidará com problema de forma caótica, ampliando os prejuízos para todos.
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