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CLÓVIS ROSSI
Para entender os Gês
PARIS - G8 é o clubão dos sete países ricos mais a Rússia. Como G7,
reúne-se há 35 anos. Era, essencialmente, um grupo de coordenação
entre a nata do capitalismo contra
o comunismo. A Rússia foi incorporada depois que abandonou o
comunismo, mas costuma queixar-se de que é ainda de segunda classe
no grupo.
Esse pessoal reúne-se amanhã. É
um "talk show", porque a Casa
Branca já avisou que deliberações
não estão na agenda.
Vão falar principalmente da crise
global. O tema apimentado é a tese
chinesa de que se deve criar uma
nova moeda internacional de reserva para substituir o dólar. Não espere nada do G8 na Itália. Antecipa
o vice-ministro chinês do Exterior,
He Yafei: "O dólar norte-americano
é ainda a mais importante e a maior
moeda de reserva, e acredito que
essa situação continuará por
muitos anos".
Ou seja, é mais provável que o G8
passe o G20 sem que o dólar saia do
topo do pódio.
Na quinta-feira, é a vez do G8+G5
(os grandes emergentes, Brasil,
China, Índia, África do Sul e México, aos quais este ano se soma o Egito, convidado especial da Itália).
É também puro "talk show". Mas
o Brasil festeja ter sido chamado
não apenas para a sobremesa, como
em anos anteriores, brinca o chanceler Celso Amorim. Ainda assim,
até a institucionalização do G20, o
G8 continua sendo primeira classe
e, o G5+1, segunda, brinca sempre
Amorim.
O mais importante na Itália não
será um G, mas o MEM (Major Economies Meeting ou Encontro das
Grandes Economias). Reúne os 17
países que respondem por 80% da
emissão de gases poluentes. Esse
sim vai decidir algo concreto: reduzir emissões de forma a que a temperatura não aumente mais do que
2C, em relação aos níveis da era
pré-industrial. Detalhes, no entanto, só em dezembro, numa cúpula aí
sim de todo o mundo.
crossi@uol.com.br
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