São Paulo, terça-feira, 07 de julho de 2009

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CLÓVIS ROSSI

Para entender os Gês

PARIS - G8 é o clubão dos sete países ricos mais a Rússia. Como G7, reúne-se há 35 anos. Era, essencialmente, um grupo de coordenação entre a nata do capitalismo contra o comunismo. A Rússia foi incorporada depois que abandonou o comunismo, mas costuma queixar-se de que é ainda de segunda classe no grupo.
Esse pessoal reúne-se amanhã. É um "talk show", porque a Casa Branca já avisou que deliberações não estão na agenda.
Vão falar principalmente da crise global. O tema apimentado é a tese chinesa de que se deve criar uma nova moeda internacional de reserva para substituir o dólar. Não espere nada do G8 na Itália. Antecipa o vice-ministro chinês do Exterior, He Yafei: "O dólar norte-americano é ainda a mais importante e a maior moeda de reserva, e acredito que essa situação continuará por muitos anos".
Ou seja, é mais provável que o G8 passe o G20 sem que o dólar saia do topo do pódio. Na quinta-feira, é a vez do G8+G5 (os grandes emergentes, Brasil, China, Índia, África do Sul e México, aos quais este ano se soma o Egito, convidado especial da Itália).
É também puro "talk show". Mas o Brasil festeja ter sido chamado não apenas para a sobremesa, como em anos anteriores, brinca o chanceler Celso Amorim. Ainda assim, até a institucionalização do G20, o G8 continua sendo primeira classe e, o G5+1, segunda, brinca sempre Amorim.
O mais importante na Itália não será um G, mas o MEM (Major Economies Meeting ou Encontro das Grandes Economias). Reúne os 17 países que respondem por 80% da emissão de gases poluentes. Esse sim vai decidir algo concreto: reduzir emissões de forma a que a temperatura não aumente mais do que 2C, em relação aos níveis da era pré-industrial. Detalhes, no entanto, só em dezembro, numa cúpula aí sim de todo o mundo.

crossi@uol.com.br


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