São Paulo, sábado, 07 de setembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Brava gente
"A notícia alvissareira que vem de Moscou, dando conta de que o governo russo anunciou que subscreverá o Protocolo de Kyoto, remete-nos à importância geopolítica e ao papel histórico que essa brava gente russa sempre desempenhou ao longo dos tempos -imobilizaram Napoleão e Hitler. Espero que ajudem agora a imobilizar a escalada insana da irresponsabilidade ambiental para com esse pequeno planeta em risco de extinção."
Daniel Taubkin (São Paulo, SP)

Desconfiança
"Apesar de eleitor de Lula, causam-me espanto e desconfiança as decisões do TSE acerca do programa eleitoral de Ciro Gomes. Dando a impressão de utilizar dois pesos para a mesma medida, o que para Serra é permitido, quando usado por Ciro, vira ofensa passível de direito de resposta. Soma-se a isso o fato de que o antes "amigo íntimo" do PSDB e do Ministério do Trabalho, Paulinho Pereira, é agora acusado pela "ministra da corrupção" Anadyr de Mendonça. Enquanto isso, lá de cima, FHC manda recados pela AGU aos neobobos que ousam criticar seu "excelente" governo: "A AGU irá aos tribunais pedir o exercício do direito de resposta em nome da União sempre que a administração federal for difamada". É triste, mas cada vez mais toma ares de verdade a tese do golpe de Estado permanente, exposta nesta Folha por Fábio Konder Comparato em 3/7."
Wagner Palazzi (Bauru, SP)

"Proar"
"Ao ler a Folha de 5/9, fiquei indignado com a noção de valores da atual administração do Brasil ("Empresas de aviação ganham até R$ 1 bi", Dinheiro, pág. B1). Há cortes de verbas na área social e, ao mesmo tempo em que temos de suar para pagar os juros da dívida externa, nós nos "damos ao luxo" de jogar fora bilhões de reais nos ralos de Proer, "Proar" e nos de outras aplicações escusas. Ou realmente perdeu-se a noção de prioridade ou simplesmente não vivemos em um país 100% capitalista. Na realidade, somos capitalistas no lucro, mas socializamos o prejuízo."
Danilo Castro Alves de Meira (Belo Horizonte, MG)

Expoente
"Gostaria de parabenizar a Folha pela brilhante participação do jornalista Augusto Marzagão, expoente máximo da expressão jornalística do país, às sextas-feiras no caderno Eleições 2002. Podemos nos sentir presenteados por sua inteligência e pela espirituosidade que nos é passada por meio de sua grande experiência política."
Rita de Cássia Carvalho (Rio de Janeiro, RJ)

Autismo
"Em relação à reportagem "Entidade usa castigo na educação de autistas" (Cotidiano, pág. C4, 20/8), a Associação de Amigos do Autista (AMA) de Ribeirão Preto informa que atende 46 alunos, em sua grande maioria portadores de autismo. Conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais qualificados e utiliza como uma das intervenções o programa TEACCH (Tratamento e Educação para Crianças Autistas e com Distúrbios Relacionados à Comunicação). Esse método baseia-se na organização e na estrutura do ambiente físico- na escola e no lar- e utiliza o sistema de comunicação através da troca de figuras. Esses programas visam a desenvolver a independência do aluno e a diminuir drasticamente os problemas de conduta, entre eles os comportamentos auto e heteroagressivos. Sobre o boldo, erva medicinal sem nenhum efeito colateral, usado em três dos nossos 46 alunos mediante autorização por escrito dos pais, informo que a substância não era ingerida pelos alunos. Era passada em seus lábios uma quantidade suficiente para que sentissem o gosto -é uma técnica totalmente aprovada por literatura específica. É importante esclarecer que a AMA-RP nunca infligiu castigo a seus alunos. Não se pode entender dessa forma uma medida de emergência que precisa ser utilizada para conter crises agressivas e/ ou comportamentos bizarros que podem prejudicar ou colocar em risco a vida do autista ou de pessoas que convivem e trabalham com ele. Todos os autistas, independentemente do seu grau de comprometimento, têm potencial para aprender. Através de um currículo funcional, a AMA-RP procura desenvolver as habilidades e as aptidões de seus alunos com atividades pedagógicas, aulas de educação física e natação, informática, fonoaudiologia, musicoterapia, oficinas e atividades externas."
Maria do Carmo de A. S. L. Ferraz, presidente e Maria Cristina B. Verdi , coordenadora-geral da AMA-RP (Ribeirão Preto, SP)

"Li, no "Painel do Leitor" de 23/8, o desabafo da psiquiatra da AMA-RP dra. Maria Priscila Cescato. Tenho a dizer à doutora que "irresponsabilidade" foi o que fizeram com a minha filha L.F., autista de 14 anos, ao aplicarem, aleatoriamente e sem o meu consentimento, métodos aversivos como extrato de boldo na boca e trancafiamento em banheiro para que cessasse um comportamento inadequado. Digo aleatoriamente porque minha filha não apresenta comportamento agitado nem muito menos agressividade que possa justificar esse método absurdo. Não admito essa estratégia nem para meus cães. Muito me admirou o "ataque" da psiquiatra ao jornalista responsável pela reportagem. Se extrato de boldo na boca não é castigo e ficar sozinha em um banheiro não é confinamento, que nome a psiquiatra daria a tais procedimentos? A meu ver, uma profissional competente como a senhora Cescato, psiquiatra de uma entidade do porte da AMA, jamais deixaria que aplicassem métodos tão invasivos sem o prévio consentimento dos pais, como foi confirmado pela coordenadora-geral e técnica da entidade a toda a imprensa local, admitindo ser o "único erro" cometido. Será que tais estratégias foram aplicadas até sem o conhecimento da psiquiatra da AMA-RP?"
Rosa Maria de Miguel (Ribeirão Preto, SP)



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