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Editoriais
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2010 ainda está longe
AS URNAS confirmaram,
neste primeiro turno,
aqueles pontos para os
quais convergiam análises políticas lastreadas nas últimas pesquisas de intenção de voto.
Sob o ângulo de 2010, os resultados foram positivos para José
Serra (PSDB), embora não necessariamente impliquem dano
à influência de Lula. O pleito municipal, porém, não se encaixa
bem no figurino da polarização
ideológica. Observou-se uma onda continuísta, em que surfaram
prefeitos instalados em máquinas abastecidas. De 2004 a 2007,
as capitais viram sua receita corrente crescer 47%, com o bom
desempenho da economia e mudanças no ISS, como mostrou o
jornal "Valor Econômico".
De 15 capitais em que houve
definição neste primeiro turno,
13 consagraram candidatos à
reeleição. Nas outras 11, sete recandidatos continuam no páreo.
A arrancada de Gilberto Kassab (DEM) em São Paulo, ultrapassando Marta Suplicy (PT) em
52 mil votos, consolida a posição
de Serra na principal base do
PSDB. O governador não só se livra do adversário local, Geraldo
Alckmin, como vê Kassab em
condições de derrotar a candidata que Lula apoiou.
Serra pode dar-se por satisfeito, ainda, com a circunscrição do
bom desempenho petista em capitais a Fortaleza, Recife, Palmas, Porto Velho, Rio Branco e
Vitória. Demonstra que é incerta
a transmutação do prestígio presidencial em votos nos centros
de densidade eleitoral já governados pelo PT, como São Paulo,
Porto Alegre e Belo Horizonte.
Na capital mineira saem chamuscados tanto o PT quanto outro presidenciável tucano, Aécio
Neves. Contavam com a vitória
no domingo de Márcio Lacerda
(PSB), que agora terá de enfrentar Leonardo Quintão (PMDB).
Concluir daí que Lula e o PT
perdem força para 2010 é precipitado. O partido elegeu o maior
número de prefeitos no primeiro
turno e se mantém no segundo
em 15 das 29 cidades com nova
rodada. Vai aumentar o número
de prefeitos em todo o país.
O pleito presidencial, vale lembrar, está a longos dois anos de
distância, e 2009 promete ser espinhoso para a economia e as
contas públicas. Difícil para Lula
e o PT, mas igualmente para todos que contam com as máquinas de governo para pavimentar
o caminho do sucesso eleitoral.
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