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CARLOS HEITOR CONY
Dessa vez, vamos
RIO DE JANEIRO - Para ficar nas
duas grandes cidades brasileiras,
São Paulo e Rio, sabemos, com a
certeza possível que a história nos
dá, que ambas são quatrocentonas,
têm mais de 400 anos nas costas e
nas ruas. A primeira é de 1554. A segunda, de 1565 (se alguém duvidar
dessas datas, faça o que acabei de fazer: consulte o Google).
Tive um bom motivo para acessar
a enciclopédia virtual que nos livra
de qualquer dúvida inesperada:
com o fim da campanha eleitoral
para prefeito e vereadores das duas
cidades, fiz um balanço do que ouvira e lera e cheguei à conclusão de
que, ou o Google está errado, ou os
candidatos é que estão por fora.
A impressão que me ficou é que
as duas cidades não chegam a existir realmente. Tudo está para ser
feito: ruas, estradas, hospitais, escolas, parques, delegacias, áreas de lazer, bicas d'água, creches, coleta de
lixo, vigilância urbana. Somente
agora, com os novos vereadores e
prefeitos, é que as coisas andarão e
tanto os paulistas como os cariocas
desfrutarão de uma cidade limpa,
organizada, segura e digna de nossos filhos e netos.
Um rápido exame nas propostas
apresentadas por todos os partidos,
tendências e dissidências políticas,
revela a necessidade de fazer tudo
de novo, uma vez que nada até agora foi feito. A promessa de uma idade de ouro foi a constante dos discursos e entrevistas dos candidatos,
que deram a impressão de acreditarem no que estavam prometendo.
Se alguma coisa der errado, a culpa
será dos outros. Daí a necessidade
de votar bem, com a consciência cívica de cada um.
Os problemas são recorrentes,
desde os tempos de Anchieta e de
Estácio de Sá. Apesar de tudo, as cidades cresceram e ganharam a absurda certeza de que, a cada eleição
municipal, tudo poderá ficar na
mesma.
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