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Equador
"Tenho a obrigação de levar ao
conhecimento desse jornal que o
governo do Equador está atravessando uma situação muito delicada
com o governo da Colômbia devido,
infelizmente, a uma incorreta tradução das declarações do presidente Rafael Correa feitas à Folha de
S.Paulo no dia 30 de setembro, durante a sua permanência em
Manaus.
Essa entrevista, feita por uma
jornalista em português, e o presidente falando em espanhol, não teve uma adequada interpretação, e a
Colômbia fez a reclamação sobre a
base do que a Folha de S.Paulo publicou na edição de 2 de outubro.
O que o presidente Correa disse
à jornalista foi o seguinte, em
português:
"De nenhuma maneira está superado. Nossas relações estão cortadas devido, entre outras coisas,
através da OEA se pediu uma série
de informações: as gravações do
bombardeio etc., e nada nos entregou a Colômbia. Então, enquanto
não temos as satisfações necessárias, sem excluir ações legais pertinentes, não pode se considerar o
caso superado. De fato, nunca vai
ser superado. Aí houve uma clara
agressão deliberada, desleal, ao território equatoriano não por parte
de um país que consideramos irmão, mas de um governo que considerávamos amigo. Então essas coisas ficarão gravadas na história como uma punhalada nas costas a
confiança que o Equador tinha no
governo colombiano. De todas as
formas, temos que olhar pra frente
e seguir com justiça, com dignidade, e isso implica entre outras coisas que a Colômbia forneça toda a
informação de como foi feito esse
ataque, que compense pelo menos
a vítima equatoriana desse ataque,
Franklin Aisalla, e ainda nada disso
tem ocorrido".
Gostaríamos muito que, conhecendo a seriedade e o prestígio da
Folha de S.Paulo, o jornal disponha a publicação de uma aclaração
na forma e do jeito que em casos como este é necessário, pelo bem das
boas relações que devem primar
entre os países da América do Sul.
Aproveito a ocasião para apresentar as minhas considerações."
MARIA ISABEL SALVADOR
, ministra das Relações
Exteriores, Comércio e Integração da República
do Equador (Quito, Equador)
Nota da Redação - A Folha errou e publicou, na edição de domingo (5/10), a reportagem
"Uribe cancela ida a cúpula no
Equador" (Mundo, pág. A18) e
nota na seção "Erramos".
Opus Dei
"Gostaria de saber qual é o critério para ceder um espaço importante de debates e opiniões para um
bispo do Opus Dei escrever palavras elogiosas à sua seita como as
publicadas em "Tendências/Debates" de 2/10 ("Uma semeadura de
paz e de alegria').
Josemaria Escrivá, fundador do
Opus Dei, apoiou o regime fascista
do general Francisco Franco na Espanha, responsável por milhares de
mortes, torturas e perseguições.
Meu avô foi perseguido por aquele regime abominável. E agora sou
obrigado a ler sobre a "semeadura
de paz e alegria do Opus Dei".
Quero manifestar meu pesar pelo
fato de esse grande jornal ter cedido
um espaço, que poderia ter sido
usado para discussões mais importantes, para elogios de uma seita
fascista."
RODRIGO DÍAZ OLMOS (São Paulo, SP)
Globo
"Em sua campanha sistemática
contra a TV Globo, o colunista Daniel Castro, mais uma vez incorre
em erros de maneira leviana.
Ao tratar da crise no mercado financeiro internacional (notas "Tsunami 1" e "Tsunami 2", Ilustrada,
ontem), o setorista de televisão
desse jornal informa que a Globo
buscou a opinião do economista
Maílson da Nóbrega. É falso, bastava -como sempre- buscar confirmação com as partes.
Mais afeito a sinopses de novela,
avalia como preocupante uma dívida de US$ 665 milhões, ignorando
(ou sonegando) que metade desse
valor corresponde a bônus perpétuos (sem prazo de vencimento) e
que, da outra metade, dois terços
vencem em 2022.
Para amparar sua tese infundada,
ele também esconde que, no mesmo balanço financeiro amplamente divulgado, o caixa era de mais
de US$ 1 bilhão.
Finalmente, trata como adiamento o que, na realidade, é a iniciativa de negociação da renovação
do contrato do apresentador Fausto Silva praticamente um ano e
meio antes do prazo.
O que é mais preocupante na escalada deste jornalista é que agora
ele deixa de fazer picuinha dentro
do universo televisivo, passando a
disseminar mentiras no campo da
saúde financeira da empresa."
LUIS ERLANGER, Central Globo de Comunicação
(Rio de Janeiro, RJ)
Eleições
"A surpreendente derrota de
Marta Suplicy no primeiro turno e a
sua eventual derrota no segundo
podem ser um prenúncio da derrocada petista em 2010.
Lula terá de provar no segundo
turno que a sua popularidade é verdadeira, e não um mico dos institutos de pesquisa."
FILIPE LUIZ RIBEIRO SOUSA (São Carlos, SP)
A distância
"O governo tucano paulista sempre consegue me impressionar:
agora decide que as universidades
estaduais promoverão cursos de
graduação a distância para professores, sobretudo nas áreas de matemática, física, química e biologia.
Sua miopia não permite enxergar
o óbvio: o problema (em São Paulo,
enfatize-se) não é a falta de profissionais formados, mas de condições
dignas de trabalho aos docentes da
rede estadual.
Sou, modestamente, um bom
professor de biologia da rede privada e, como muitos de meus colegas,
pedi (a contragosto) exoneração de
meu cargo efetivo no ensino público estadual.
Licenciados em biologia há muitos (demais, até), o que não há é tantos profissionais dispostos a se submeterem às condições de trabalho
no magistério público paulista."
FÁBIO SAMPAIO MARQUES (Mogi-Guaçu, SP)
Demissão
"Gostaria de congratular o Mais!
pela reportagem sobre a demissão
do professor -mestre, é bom lembrar- e poeta Oswaldo Martins ("A
guerra das palavras", 5/10).
Há alguma corrente de pensamento que condene a combinação
de "professor e escritor'?
Considerando que tal parecer deva inexistir (assim espero eu), a situação é triste e reflete uma cultura
-amplamente disseminada em
nossas instituições- de cultivar a
hipocrisia.
Confesso que combino as profissões de médico e escritor, e sei que
a situação descrita na reportagem
se manifesta de muitas outras formas em nossa sociedade.
Resta-me, nessa ambiente de
perplexidade, ficar confortado com
o destaque dado pelo jornal ao fato.
E, se há uma coisa boa nisso, é ver
que o senhor Oswaldo Martins se
revela um autor de ótimos poemas.
Parabéns à Folha por tê-los
destacados."
FERNANDO LEAL, médico e escritor (Teresina, PI)
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