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PAINEL DO LEITOR
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Aborto
"O procurador João Heliofar de
Jesus Villar ("Discurso religioso,
aborto e Estado laico", 6/11) está
correto: democracia é dissenso.
Mas, no exercício dos direitos reprodutivos, o dissenso só existe caso a mulher tenha o direito de decidir o que fazer frente a uma gravidez indesejada ou inesperada.
A garantia do direito de decidir
torna legítimo tanto manter como
interromper uma gravidez, decisão
que a mulher tomará na sua intimidade, considerando, entre outros
aspectos, a sua religiosidade."
MÔNICA BARA MAIA (Belo Horizonte, MG)
"Sobre a opinião do ilustre procurador João Heliofar Villar, gostaria
de dizer que um Estado democrático de Direito é marcado pela complexidade, pluralidade e diversidade da sociedade que o conforma, o
que implica no reconhecimento da
necessidade de acordos. A legitimidade desses acordos que normatizam a vida em comunidade pode ser
aferida pelos procedimentos que os
regulam, sendo indispensável a participação livre e em simétrica paridade de todos os seus destinatários.
Num debate, como no caso do
aborto, em que o argumento central
de uma das partes se mostra transcendental e sacro, têm-se ferida de
morte a lógica procedimental exigida. Diante do argumento divino, cuja inspiração advém de um Deus
onisciente e onipresente, interrompe-se a cadeia discursiva dos mortais e se instala não o dissenso, mas
o silêncio, seja este reverencial ou
cínico."
ROBERTO CHATEAUBRIAND DOMINGUES, advogado
(Belo Horizonte, MG)
"Em seu artigo, o senhor João
Heliofar mostra com clareza que
laicidade não é sinônimo de ateísmo militante e que, se a separação
entre Estado e igreja é condição necessária para uma sociedade aberta,
esta só será digna desse nome se
possibilitar que todos, inclusive religiosos, defendam democraticamente os seus valores."
EDSON DOGNALDO GIL, professor de filosofia da
Faculdade de S. Bento/UniFAI (São Paulo, SP)
Telefónica
"O editorial "A "invasão" espanhola" (Opinião, 3/11) cometeu um
equívoco ao dizer que a Telefónica
"comprou a operadora de celular
TIM". Na verdade, a Telefónica S.A.,
holding mundial do grupo com sede na Espanha, fez parte de um
consórcio, junto com um grupo de
empresas italianas, para adquirir
participação acionária na holding
que controla a Telecom Itália.
Esse novo consórcio (Telco), no
qual a Telefónica participa com
42,3%, terá 23,6% do capital da Telecom Itália. Isso significa que a Telefónica terá cerca de 10% de participação acionária na Telecom Itália, o que não configura nenhum tipo de controle sobre a empresa italiana ou sobre a TIM, sua operadora de telefonia móvel no Brasil.
Além disso, a participação acionária de 10% na Telecom Itália determina que a Telefónica terá direito de indicar apenas dois membros
-de um total de 19- do conselho
daquela operadora italiana.
Se isso não bastasse, um dos itens
desse contrato diz explicitamente
que a Telefónica não terá nenhum
tipo de ingerência em decisões que
digam respeito à TIM Brasil. Mais
recentemente, ao aprovar essa operação no país, a Anatel, reforçando
o contrato original da operação, determinou que não haverá nenhum
tipo de interferência da Telefônica
sobre a TIM Brasil."
EMANUEL NERI, diretor de comunicação do Grupo
Telefônica no Brasil (São Paulo, SP)
Nota da Redação - Leia na seção "Erramos".
Memória
"Na esteira do artigo "Lembretes",
do professor Marcos Nobre (Opinião, 6/11), sugiro à Folha a criação
da seção "Há 50 dias", para manter a
memória dos seus leitores sempre
fresca quanto aos comportamentos
pendentes de explicação dos seus
homens públicos."
DANIEL DALMORO (Campinas, SP)
Loteamentos
"Excelente o artigo de ontem de
Maria Inês Dolci ("Como não administrar um país", Cotidiano).
Até quando nós, eleitores, iremos
aceitar conviver com esses loteamentos de cargos públicos?
Precisamos de políticas de Estado, e não de governo."
PEDRO CARNEIRO MENDES (Belém, PA)
Inteligência
"Não há razão para espanto se os
famosos "testes de inteligência"
apontam para a superioridade da
"raça" que os inventou -a partir das
premissas de sua própria visão de
mundo e de sua própria definição
de inteligência.
Esse tipo de ciência não é "universal'; depende exclusivamente dos
pré-requisitos, que são arbitrados
por alguns seres humanos, que, por
sua vez, são condicionados pela sua
formação, suas origens, suas expectativas e fraquezas.
Seria interessante verificar como
os europeus (aí incluídos todos os
povos que adotaram a mentalidade
européia, como os judeus e os japoneses) se sairiam num "teste de inteligência" criado por bosquímanos,
sioux, nepaleses ou guaranis."
LUIS KEHL (Piracicaba, SP)
Energia
"Em relação à reportagem "Empresários querem processar Petrobras" (Dinheiro, 4/11), esclareço,
com extrema indignação, que em
nenhum momento afirmei que o
"racionamento de gás" poderia ser
uma manobra da Petrobras para
aumentar o preço do insumo.
O jornalista insistiu na pergunta
sobre a possibilidade de a ação da
estatal ser uma manobra, mas fui
categórico na resposta de que não
acreditava nessa hipótese e de que,
na verdade, estamos colhendo os
frutos de uma política equivocada
iniciada há muitos anos.
Também não tem o menor embasamento a afirmação do jornalista
de que a Associação Brasileira de
Grandes Consumidores Industriais
de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) apoiaria ações na
Justiça contra a estatal."
MARCOS VINÍCIUS GUSMÃO DO NASCIMENTO, vice-presidente da Abrace (São Paulo, SP)
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