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ACERTO DE BUSH
É bom o plano do presidente
George W. Bush para facilitar a
entrada de imigrantes nos EUA e regularizar a situação dos trabalhadores estrangeiros que já se encontram
ilegalmente no país. A proposta pode, certamente, ser tachada de eleitoreira, já que imigrantes serão um
grupo-chave no pleito presidencial
de novembro, mas isso não basta para reduzir os seus méritos.
Pelo projeto, estrangeiros que já
cheguem aos EUA com uma proposta de emprego receberão visto temporário de trabalho. Fala-se em três
anos renováveis por mais três. Quem
já está ilegalmente no país poderá
aderir ao novo programa.
Independentemente de interesses
eleitorais, existem fatores econômicos a justificar o projeto da Casa
Branca. Há estimados 8 milhões de
ilegais hoje nos EUA. Se saírem das
sombras, passarão a pagar impostos
-o que hoje não fazem. Espera-se,
também, que a legalização resulte
em elevação da massa salarial, pois
os ilegais trabalham por valores inferiores aos pagos aos legalizados.
Mais importante talvez seja o fato
de que os EUA necessitam de trabalhadores estrangeiros para desempenhar tarefas que o norte-americano
médio já não está disposto a fazer.
Tanto é assim que a proposta não
deixa de prever prioridade nos empregos para os cidadãos americanos.
Países que chegam a essa situação
acabam mesmo promovendo periodicamente legalizações em massa.
Em 1986, houve nos EUA uma anistia
geral que beneficiou aproximadamente 3 milhões de trabalhadores.
E o efeito benéfico não fica restrito
a esse país. Remessas de dinheiro
que trabalhadores estrangeiros -especialmente latino-americanos- fazem dos EUA se tornaram importante fator de renda para seus países de
origem. As transferências chegaram
a US$ 33 bilhões em 2003. Resta esperar que o pacote seja sancionado
pelo Congresso, o que não é certo.
Há forte oposição de parlamentares,
especialmente do Partido Republicano, o mesmo de Bush.
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