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Editoriais
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Respeito ao pedestre
A QUALIDADE do ambiente
urbano se torna, cada vez
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre seus governantes. Repleta de
problemas nessa área, a cidade
de São Paulo experimenta, nos
últimos anos, uma notável mudança de comportamento nas
autoridades municipais, que
passam a incorporar o tema em
suas prioridades de gestão.
Depois de ter implementado
uma reforma nos passeios públicos da avenida Paulista, a prefeitura agora promove uma blitz
com o fito de acabar com as diversas formas de invasão da calçada naquela via. Rampas de garagem, escadarias e jardins se
apropriam, sem mais, de um espaço reservado ao pedestre.
Expõe-se, num dos cartões-postais da capital, um hábito infelizmente generalizado. Construções e usos de interesse particular desrespeitam sistematicamente os códigos de obra e as leis
de ocupação do solo. Invadem o
espaço público, e o resultado é
uma cidade de edificação monstruosa e hostil ao transeunte.
É preciso, portanto, que o espírito da blitz na avenida Paulista
seja estendido para toda a cidade. O DNA Paulistano, série de
pesquisas realizadas no ano passado pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas de pessoas, nas diversas regiões da cidade, que costumam
caminhar até o trabalho.
No Bom Retiro, por exemplo,
64% dos moradores vão a pé de
casa até o emprego. Mas basta
percorrer essa e outras áreas do
centro -onde, compreensivelmente, mais se caminha- para
notar o estado precário das calçadas e as constantes irregularidades. Passeios em mau estado
foram a principal reclamação,
colhida pelo Datafolha, em bairros distantes do centro, como Jaçanã, Tremembé e Tucuruvi.
O transtorno que esse problema representa no cotidiano dos
cidadãos -que se torna dramático no caso de idosos e deficientes
físicos- requer uma resposta
abrangente e firme da prefeitura.
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