São Paulo, sexta-feira, 08 de fevereiro de 2008

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TENDÊNCIAS/DEBATES

Espírito Santo: terra de oportunidades

PAULO HARTUNG

Temos, entre tantos, um produto que orgulha os capixabas e ecoa no cenário nacional: nosso exemplo de união político-institucional

O BRASIL, que vive incertezas com relação ao fornecimento de energia, passa a contar efetivamente com o suporte capixaba na oferta de gás combustível.
No último dia 31/1, a Petrobras colocou em operação o segundo trecho do gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), entre Vitória e Cabiúnas (RJ).
Já estamos despachando 4 milhões de metros cúbicos de gás diariamente, garantindo a geração de 1.000 MW na termelétrica de Macaé (RJ). Em março, o volume chegará a 7 milhões de metros cúbicos, alcançando os 18 milhões até o final deste ano.
O nosso Estado caminha para ser o maior fornecedor nacional de gás, uma das fontes de energia necessárias para o Brasil continuar crescendo.
O Espírito Santo, que, pelas descobertas de petróleo e suprimento de gás, vem dando uma crescente contribuição ao enfrentamento da questão energética brasileira, é um novo Estado. Temos, entre tantos, um produto que orgulha os capixabas e ecoa no cenário nacional: o nosso exemplo de união político-institucional, que, num curto prazo, derrotou o crime organizado, reorganizou a administração pública e fez do crescimento econômico um fator de desenvolvimento social.
Assolado por anos de corrupção endêmica, ação corrente do crime organizado e desprezo pelo interesse público, o Espírito Santo, a partir de 2003, iniciou a construção de um novo tempo. Quando assumimos o primeiro mandato, há cinco anos, as dívidas com os salários dos servidores equivaliam a quatro receitas estaduais, o Estado estava entre os piores no ranking do Tesouro nacional no quesito contas públicas e a capacidade de investimento patinava em torno de 1% da arrecadação.
Desde então, eliminamos privilégios, enfrentamos a sonegação, implementamos os choques ético e de gestão, pagamos as dívidas e aumentamos a receita em 140% sem criar ou majorar impostos. Com isso, a nossa capacidade de investimento com recursos próprios chegou a 16% da arrecadação em 2007 -proporcionalmente, uma das melhores do país.
Voltamos a investir em ampliação e melhoria dos serviços essenciais, com prioridade absoluta à educação.
O novo ambiente político-institucional também trouxe impactos positivos ao setor privado. Animou os empresários aqui instalados a ampliar seus negócios e está atraindo novos investidores nacionais e estrangeiros.
Resultado: nos últimos cinco anos, nosso PIB mais que dobrou. Os investimentos privados para 2008 chegam a R$ 15 bilhões, cifra inédita, considerando o histórico da participação capixaba na economia brasileira.
Além do dinamismo no campo do petróleo e gás, em que o Espírito Santo tem a segunda reserva medida do país, podemos destacar novos empreendimentos, como a Companhia Siderúrgica Vitória (CSV), parceria da Vale com a chinesa Baosteel, um porto de águas profundas, com 22 metros de calado, e uma nova ferrovia no litoral sul capixaba. Temos ainda seis terminais portuários em processo de licenciamento. Importante destacar também que o Espírito Santo é o coração de um dos pólos de celulose do planeta, com produção anual de 6 milhões de toneladas.
O reordenamento político-institucional, a modernização gerencial e administrativa e o início de um novo ciclo econômico capixaba são conquistas muito importantes. Mas, em seu conjunto, elas estão produzindo a maior das conquistas que podemos almejar, aquela que mais nos toca, qual seja, a melhoria expressiva dos indicadores sociais -e numa dimensão bem superior à média brasileira.
Conforme dados do IBGE, entre 2003 e 2006, no Espírito Santo, a taxa de pobreza teve uma queda de 40,8%, enquanto no Brasil a diminuição foi de 26,2%. Saímos da oitava posição em 2003 e já registramos o quinto maior PIB per capita do país.
No mais recente Exame Nacional do Ensino Médio, obtivemos alguns dos melhores resultados gerais. No Sudeste, tivemos a segunda melhor média nas provas objetivas e o primeiro lugar em redação.
Registramos que, em educação, todo avanço é digno de nota, mas o que buscamos são níveis e padrões de escolaridade das nações desenvolvidas.
No Espírito Santo, a boa política e a boa técnica, unidas em ambiente de harmonia e parceria entre instituições públicas e sociedade civil, têm produzido um novo tempo.
Os resultados são compartilhados por todos os capixabas e contribuem para o país avançar no seu processo de desenvolvimento econômico e, principalmente, na construção de uma realidade mais justa e igualitária entre todos nós brasileiros.


PAULO HARTUNG, 50, economista, é o governador do Espírito Santo (PMDB). Foi prefeito de Vitória e senador da República.

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