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TENDÊNCIAS/DEBATES
Espírito Santo: terra de oportunidades
PAULO HARTUNG
Temos, entre tantos, um produto que orgulha os capixabas e ecoa no cenário nacional: nosso exemplo de união político-institucional
O BRASIL, que vive incertezas
com relação ao fornecimento
de energia, passa a contar efetivamente com o suporte capixaba na
oferta de gás combustível.
No último dia 31/1, a Petrobras colocou em operação o segundo trecho
do gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), entre Vitória e Cabiúnas (RJ).
Já estamos despachando 4 milhões
de metros cúbicos de gás diariamente, garantindo a geração de 1.000 MW
na termelétrica de Macaé (RJ). Em
março, o volume chegará a 7 milhões
de metros cúbicos, alcançando os 18
milhões até o final deste ano.
O nosso Estado caminha para ser o
maior fornecedor nacional de gás,
uma das fontes de energia necessárias
para o Brasil continuar crescendo.
O Espírito Santo, que, pelas descobertas de petróleo e suprimento de
gás, vem dando uma crescente contribuição ao enfrentamento da questão
energética brasileira, é um novo Estado. Temos, entre tantos, um produto
que orgulha os capixabas e ecoa no cenário nacional: o nosso exemplo de
união político-institucional, que,
num curto prazo, derrotou o crime
organizado, reorganizou a administração pública e fez do crescimento
econômico um fator de desenvolvimento social.
Assolado por anos de corrupção endêmica, ação corrente do crime organizado e desprezo pelo interesse público, o Espírito Santo, a partir de
2003, iniciou a construção de um novo tempo. Quando assumimos o primeiro mandato, há cinco anos, as dívidas com os salários dos servidores
equivaliam a quatro receitas estaduais, o Estado estava entre os piores
no ranking do Tesouro nacional no
quesito contas públicas e a capacidade de investimento patinava em torno de 1% da arrecadação.
Desde então, eliminamos privilégios, enfrentamos a sonegação, implementamos os choques ético e de
gestão, pagamos as dívidas e aumentamos a receita em 140% sem criar ou
majorar impostos. Com isso, a nossa
capacidade de investimento com recursos próprios chegou a 16% da arrecadação em 2007 -proporcionalmente, uma das melhores do país.
Voltamos a investir em ampliação e
melhoria dos serviços essenciais, com
prioridade absoluta à educação.
O novo ambiente político-institucional também trouxe impactos positivos ao setor privado. Animou os empresários aqui instalados a ampliar
seus negócios e está atraindo novos
investidores nacionais e estrangeiros.
Resultado: nos últimos cinco anos,
nosso PIB mais que dobrou. Os investimentos privados para 2008 chegam
a R$ 15 bilhões, cifra inédita, considerando o histórico da participação capixaba na economia brasileira.
Além do dinamismo no campo do
petróleo e gás, em que o Espírito Santo tem a segunda reserva medida do
país, podemos destacar novos empreendimentos, como a Companhia
Siderúrgica Vitória (CSV), parceria da
Vale com a chinesa Baosteel, um porto de águas profundas, com 22 metros
de calado, e uma nova ferrovia no litoral sul capixaba. Temos ainda seis terminais portuários em processo de licenciamento. Importante destacar
também que o Espírito Santo é o coração de um dos pólos de celulose do
planeta, com produção anual de 6 milhões de toneladas.
O reordenamento político-institucional, a modernização gerencial e
administrativa e o início de um novo
ciclo econômico capixaba são conquistas muito importantes. Mas, em
seu conjunto, elas estão produzindo a
maior das conquistas que podemos
almejar, aquela que mais nos toca,
qual seja, a melhoria expressiva dos
indicadores sociais -e numa dimensão bem superior à média brasileira.
Conforme dados do IBGE, entre
2003 e 2006, no Espírito Santo, a taxa
de pobreza teve uma queda de 40,8%,
enquanto no Brasil a diminuição foi
de 26,2%. Saímos da oitava posição
em 2003 e já registramos o quinto
maior PIB per capita do país.
No mais recente Exame Nacional
do Ensino Médio, obtivemos alguns
dos melhores resultados gerais. No
Sudeste, tivemos a segunda melhor
média nas provas objetivas e o primeiro lugar em redação.
Registramos que, em educação, todo avanço é digno de nota, mas o que
buscamos são níveis e padrões de escolaridade das nações desenvolvidas.
No Espírito Santo, a boa política e a
boa técnica, unidas em ambiente de
harmonia e parceria entre instituições públicas e sociedade civil, têm
produzido um novo tempo.
Os resultados são compartilhados
por todos os capixabas e contribuem
para o país avançar no seu processo
de desenvolvimento econômico e,
principalmente, na construção de
uma realidade mais justa e igualitária
entre todos nós brasileiros.
PAULO HARTUNG, 50, economista, é o governador do Espírito Santo (PMDB). Foi prefeito de Vitória e senador da
República.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br
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