São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2001 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES DIA INTERNACIONAL DA MULHER Por um século de igualdades
SOLANGE BENTES JUREMA
No Brasil, temos mais 1 milhão de mulheres jovens grávidas todos os anos e uma mulher sofre uma agressão a cada quatro minutos. São dados da CPI da Violência Contra a Mulher, do Congresso Nacional. E, segundo dados da Sociedade Mundial de Vitimologia, 23% das mulheres brasileiras estão sujeitas a algum tipo de violência doméstica. É preciso erradicar todos os tipos de violência e de discriminação contra a mulher, pois ainda assistimos a situações humilhantes, como o espancamento de mulheres em supermercados e os leilões de virgens, atos que nos põem na tênue linha entre civilização e barbárie. Por um século de igualdades, o CNDM tem desenvolvido, em parceria com o governo, ações concretas, como a criação e a instalação dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da mulher; como a ampliação do número de delegacias especializadas no atendimento às mulheres -hoje são aproximadamente 300, em todo o país; como o apoio a manutenção e criação das Casas Abrigo, instituições que acolhem mulheres e seus filhos, quando eles são vítimas da violência doméstica; como o auxílio a programas de prevenção e de tratamento das doenças sexualmente transmissíveis e da Aids; e como a informatização das ações do CNDM, das leis, dos direitos e dos dados relativos às mulheres, que serão colocados, pela Internet, à disposição da sociedade, das mulheres e dos meios de comunicação. Para ampliar o debate nacional a respeito dos direitos raciais, da igualdade e da diferença, o CNDM realizará, em diversos Estados, seminários com as organizações representativas das mulheres negras; vai discutir propostas comuns a serem levadas para o Congresso Mundial de Combate ao Racismo, à Discriminação, à Xenofobia e a outras formas de Intolerância, que acontecerá em setembro, na África do Sul. Hoje, Dia Internacional da Mulher e primeiro ano do novo milênio, o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher convoca todos, homens, mulheres, governos, empresários e profissionais dos meios de comunicação, a assumirem a responsabilidade, que é de todos e de todas, por um mundo mais harmonioso, que respeite a vida mais do que as regras da economia e o direito à igualdade das mulheres. Não estamos aqui por acaso. Solange Bentes Jurema, 52, é advogada e presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher do Ministério da Justiça. Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES Dia Internacional da Mulher Rose Marie Muraro: Por uma nova ordem simbólica Próximo Texto: Painel do Leitor Índice |
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