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MÉDICOS EM FALTA
Relatório da Organização
Mundial da Saúde (OMS) divulgado ontem alerta para o problema da falta de profissionais de saúde
em escala global. De acordo com o
estudo, há um déficit de mais de 4
milhões de médicos, enfermeiros,
parteiros, agentes e gestores no planeta. O estoque mundial de trabalhadores em saúde é de 59 milhões.
Em 57 países, a falta de profissionais qualificados está impedindo intervenções tão essenciais como a
imunização de crianças, pré-natais e
partos minimamente seguros e tratamento para moléstias como Aids, tuberculose e malária. Doenças infecciosas e complicações perinatais
provocam a morte de pelo menos 10
milhões de pessoas por ano.
A situação, como sempre, é mais
grave na África subsaariana, onde jazem 36 das 57 nações mais necessitadas. Essa região abriga 11% da população mundial, sofre o impacto de
24% de todas as perdas produzidas
por doenças, mas conta com apenas
3% dos profissionais de saúde.
Estima-se que, em nível global, 1,3
bilhão de seres humanos não tenham acesso aos serviços de saúde
mais elementares, em grande parte
devido à ausência de profissionais
qualificados. E, fenômeno duplamente perverso, as condições de trabalho nos lugares mais necessitados
são tão ruins que boa parte dos médicos acaba se mudando para nações
ricas, agravando ainda mais a falta de
pessoal em seus países de origem.
Só haverá alívio para as 57 nações
em crise sanitária se os países desenvolvidos dispuserem a ajudá-las. A
OMS propõe um plano para tentar
melhorar a situação em uma década.
A colaboração dos que podem é necessária, se não por altruísmo, para
atender aos seus próprios interesses.
A eclosão de novas doenças como a
Sars e a possível pandemia de gripe
aviária mostram que moléstias não
costumam observar fronteiras.
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