São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Crianças e trabalho
"A divulgação dos dados sobre a redução do trabalho infantil no Brasil nos últimos anos (de 8,4 milhões de crianças exploradas em 92 para 6,7 milhões em 99) deveria envergonhar cada um de nós, brasileiros. É um resultado pífio se considerarmos os instrumentos legais e os recursos financeiros à disposição do governo federal. Continua faltando vontade política para acabar de vez com o trabalho infantil."
Caio Magri, presidente do Conselho de Direitos da Criança (Ribeirão Preto, SP)

"Diminui o trabalho infantil no Brasil. Diminuiu também o trabalho adulto. Que maravilha! Estamos nos transformando no país do ócio!"
Pedro Machado Coelho de Castro
(Lorena, SP)

Vale do Rio Doce
"São amadores os algozes de José Serra. Eles não conseguiram, no caso da Vale do Rio Doce, espaço no "Jornal Nacional", da Globo, não mandaram a Polícia Federal ao escritório da empresa e, o pior, não conseguiram uma foto com os R$ 2 milhões em "propina" em cima da mesa. Graças a esses amadores e a oito anos de atraso, José Serra continuará com a sua campanha morna."
Roberto Teixeira (Londrina, PR)

Sassá Mutema
"Como o senhor Ricardo Montoro escreve bem ("O PT e a síndrome de Sassá Mutema", "Tendências/Debates", pág. A3, 3/5)! Só que, em seu artigo, faltaram as estatísticas e as realidades impressas dos últimos estudos da Unesco, da Unicef, do IBGE, da UFRJ e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, a verdade crua e dolorida dos nossos brasileiros -famintos, desempregados, incultos e analfabetos-, o trabalho infantil, o trabalho escravo etc. Às vezes, de tanto serem repetidas, as falácias se tornam verdades. No artigo de Montoro, isso está visível. Se o que o vereador descreve é realmente a realidade, sugiro que ele, nos feriados, pegue um avião, depois um transporte rural, visite os rincões do Brasil e, depois, descreva-nos, num outro artigo, aquilo que viu de verdade. E ainda vem nos falar da "síndrome de Sassá Mutema'? Ora, PSDB, mire-se no espelho!"
Maria Luisa Eluf, socióloga do Centro Vergueiro de Atenção à Mulher -Cevam (São Paulo, SP)

"Excelente o artigo de Ricardo Montoro ("O PT e a síndrome Sassá Mutema') em resposta ao professor Fernando Haddad ("PSDB e PFL", "Tendências/Debates", pág. A3, 25/4). O messianismo salvacionista do PT, o partido dono da verdade, já deve ser reflexo da convivência com o PL e a Igreja Universal, do Edir Macedo. Como bem disse Ricardo Montoro, "só não avançamos mais porque alguns, que agora estão se portando como salvadores da pátria, atuaram contra nessa dura caminhada". Hoje, seu líder maior, o sr. Lula, diz, sem ficar corado, que vai manter a estabilidade da moeda, porém o que ele não diz é que o PT foi contra e sabotou de todas as formas possíveis e impossíveis a implantação do Plano Real e a consequente estabilidade da moeda. É preciso deixar muito claro que o PT, quando se opôs ao Real, estava, na verdade, se opondo ao Brasil. Se o Plano teve e continua tendo êxito, isso ocorreu "apesar do PT"."
Rodrigo Borges de Campos Netto
(Brasília, DF)

Atores globais
"Sobre a nota "Regras globais", publicada na seção "Painel" em 2/5 (pág. A4), a Central Globo de Comunicação esclarece que, no último dia 14 de fevereiro, foram amplamente divulgadas internamente as recomendações para a participação de seus funcionários na campanha eleitoral. Devido à necessidade de cumprir o determinado pela legislação e aos compromissos éticos de independência e isenção praticados pela Rede Globo, ficou estabelecido que os profissionais da área artística que tivessem a legítima intenção de apoiar campanhas políticas ou de se candidatar estariam impedidos de aparecer em vídeo durante o período eleitoral. Ou seja, são regras gerais, que não se referem a um ator ou a um partido, que são recomendadas para veículos de comunicação -certamente a Folha tem as suas normas- para impedir que a imagem de um personagem ou de um profissional se confunda com o posicionamento independente da empresa. O ator Osmar Prado tem contrato com a Rede Globo até o próximo dia 17 de junho, data a partir da qual poderá engajar-se em qualquer campanha eleitoral sem a necessidade de atender às normas da emissora."
Luis Erlanger, diretor da Central Globo de Comunicação (Rio de Janeiro, RJ)

Analfabetismo digital e literal
"É incorreto priorizar a questão do analfabetismo digital no Brasil. Sendo o 32º colocado em compreensão de leitura e liderando o analfabetismo e a repetência na América Latina, o país deveria priorizar a erradicação do analfabetismo literal."
Ascenso Furtado (Rio de Janeiro, RJ)

Energia
"Excelente o artigo dos srs. Luiz Pinguelli Rosa, Roberto D'Araújo e Maurício Tolmasquim ("Sobre energia", "Tendências/Debates", pág. A3, 7/5). Pinguelli Rosa, diga-se de passagem, tem sido um dos poucos críticos contumazes desse modelo equivocado que o governo insiste em manter. O descaso com o aspecto social é, sem dúvida, o grande revés do período FHC e deve ser debatido ao máximo por opiniões coerentes e tecnicamente embasadas como normalmente são as do professor."
Márcio Sérgio Audi (São Paulo, SP)

Confisco
"José Sarney: confisco de um compulsório de combustível e de veículos em 25/ 10/86 até hoje não devolvido. Fernando Collor de Mello: confisco da poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Fernando Henrique Cardoso: confisco por meio de impostos -CPMF, taxas de energia e outros-, além de estar de costas para o povo e de frente para o FMI. O que será deste país se continuar essa política de impostos -atrelada à falta de educação, de saúde e de emprego- a gerar a miséria constrangedora?"
João Carlos de Almeida (São Paulo, SP)

Justiça
"O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo vai realizar um concurso para o cargo de juiz no Estado. Num país em que muita gente voltou à faculdade depois de um bom tempo afastado dos estudos, o Tribunal colocou a idade máxima de 45 anos como requisito para concorrer ao cargo de juiz. Além de claramente inconstitucional, ferindo preceitos enraizados em nossa Constituição, que veda qualquer forma de discriminação, temos também um contra-senso, pois os membros dos tribunais superiores são todos cidadãos com mais de 45 anos. Um cidadão com mais de 50 anos pode ser ministro do STF, mas não pode ser juiz de primeiro grau? Ou ambos servem ou ambos não servem ("idem ratio, idem jus'). Isso é de uma injustiça gritante. Quando a própria Justiça é injusta, a quem recorrer?"
Geraldo Camargo Campos
(Ribeirão Preto, SP)



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