São Paulo, segunda-feira, 08 de maio de 2006

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UNIVERSIDADE ABERTA

O Ministério da Educação finalizou na semana passada a contabilização da primeira fase de oferta de cursos e pólos da Universidade Aberta do Brasil, que deve entrar em funcionamento a partir do próximo ano. Restam pontos a esclarecer, mas a idéia é uma novidade no panorama carente de inovação do ensino superior brasileiro.
O objetivo é aproximar o sistema de ensino superior público das redes estaduais e municipais de educação básica. Às universidades e centros federais cabe oferecer cursos superiores a distância, os quais serão ministrados com o apoio de pólos presenciais mantidos pelas prefeituras ou Estados. Nesses locais, os alunos recebem orientações de monitores incumbidos pelas universidades de transmitir o conteúdo pedagógico e fazer as avaliações. Até o momento, 37 universidades federais e dez centros de educação tecnológica apresentaram projetos de cursos; 360 municípios se propuseram a criar pólos de apoio.
A proposta deve ser incentivada. Ela ataca um problema central para a educação no Brasil -a formação de professores do ensino público básico- e o faz a partir de uma articulação que deve permitir às próprias universidades federais tomar conhecimento concreto das fraturas da educação pública no país.
O modelo proposto permite ainda que o professor freqüente o curso, seja de atualização ou de graduação, no próprio local onde atua. Essa descentralização é importante, visto que prefeituras e Estados não dispõem de condições de oferecer uma licença remunerada para que o docente se desloque para uma cidade onde haja uma universidade federal.
A principal vulnerabilidade diz respeito à sabida ineficiência da educação a distância. A freqüência mínima exigida nos pólos de apoio deve ficar em torno de 20% do curso. Aumentar esse percentual seria uma maneira de reforçar o vínculo do aluno com o conteúdo oferecido e reduzir o índice de desistência e dispersão.


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