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CLÓVIS ROSSI
O país da baderna
MUNIQUE - Indignado com a baderna do MLST? Justo, mais que
justo. Só não tem direito de ficar
surpreso, porque:
1 - Quando o partido do governo
tem toda a sua cúpula chamada de
"quadrilha", pela respeitável figura
do procurador-geral da República,
está instaurada a baderna no mais
alto escalão da República. Que surpresa pode haver quando escalões
inferiores reproduzem a baderna?
2 - Quando o presidente da República confraterniza com os membros da "organização criminosa",
está dado o sinal de que a baderna e
o crime estão autorizados de cima.
Que surpresa pode haver quando
outro grupo, simpático ao presidente, adota a baderna?
3 - Quando o presidente da República passa a mão na cabeça de
quem comete o crime de violar o sigilo bancário de um cidadão, como
aconteceu com o então ministro
Antonio Palocci, que surpresa pode
haver em que outros sintam-se estimulados a cometer crimes igualmente graves?
4 - Quando o presidente da República diz que as sessões em que se
investigaram os crimes da quadrilha da qual ele é presidente de honra foram uma "tortura" para os investigados, que surpresa pode haver em que gente que apóia a candidatura de Lula resolva tomar em
suas mãos o ato de "torturar" deputados e senadores?
5 - Quando o Congresso Nacional
inocenta a grande maioria dos
membros da "quadrilha" e seus
aliados, está praticando atos que só
podem ser chamados de baderna
(institucional). Que surpresa pode
haver no fato de grupos baderneiros resolverem imitar a baderna no
local em que ela foi originalmente
praticada?
O fato inescapável é que o governo Lula transformou o Brasil, sempre uma esculhambação, no território livre da baderna.
@ - crossi@uol.com.br
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