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IMPUNIDADE E ESCÁRNIO
Há o sério risco de que vereador algum venha a ser cassado em São Paulo. Conforme mostrou ontem reportagem da Folha, nem os notórios Vicente Viscome (sem partido, hoje
preso), Maeli Vergniano (sem partido) e José Izar (líder do PFL), que talvez sejam julgados por seus pares,
devem perder seus mandatos.
Apesar das evidências de que estão
envolvidos em irregularidades, a tendência é que venham a ser protegidos
pela maioria parlamentar governista,
modo educado de chamar um grupo
lamentável de vereadores que alia à
falta de espírito público a desqualificação técnica e o oportunismo militante e despudorado.
Esses operadores do mercado de favores políticos parecem ainda não
estar satisfeitos de levar ao extremo a
já tradicional tendência de vereadores de fazer do Legislativo municipal
apenas um meio de expropriação dos
impostos que os paulistanos pagam
com sacrifício. Nem mesmo sob
pressão da opinião pública, como
agora, querem dar ao eleitorado satisfação a respeito da promiscuidade, para dizer o menos, entre vereadores e a rede criminosa de saqueadores do bem público, se não são
eles mesmos líderes desses bandos.
Decerto a cassação dessas três lamentáveis figuras da política municipal não iria compensar o efeito do
golpe que pôs fim à CPI, enterrando a
possibilidade de que outros notórios
representantes da máfia fossem mais
bem investigados. Mas seria, ainda
assim, um pequeno sinal de esperança de que a pressão social pudesse
restaurar um mínimo de dignidade
entre a maioria da vereança.
O eleitor deve gravar na memória o
nome desses que trabalham contra a
cidade a fim de, pelo menos, corrigir
o erro cometido ao permitir, com seu
voto, que essa camarilha se instalasse na Câmara de São Paulo.
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