São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Educação
"O texto "Secretaria diz que investigará possíveis fraudes" (Cotidiano, pág. C4, 5/7) deixou-nos indignados. Se os alunos vão mal, dizem que é porque os professores não ensinam. Mas agora, que os alunos "melhoraram", os professores são responsabilizados pela "maquiagem" nas notas. Até quando os professores continuarão sendo o bode expiatório da educação no Estado e no Brasil?"
Maria Cristina da Mota Pousa Rodriguez e mais sete professores (Lorena, SP)

 

"Infeliz e lamentavelmente, o corpo docente estadual é muito passivo e pacifista. Já não é a primeira vez que o governo e a Secretaria Estadual da Educação colocam à prova a competência e a idoneidade dos professores, execrando assim sua imagem e trabalho. Os companheiros de língua portuguesa sabem perfeitamente que os critérios de correção das questões de produção textual escrita do Saresp foram preestabelecidos pela própria Fundação Carlos Chagas, que recebeu quase R$ 10 milhões para desenvolver o trabalho e, por razões desconhecidas, dividiu-o com o corpo docente, o qual tem sido inescrupulosamente avaliado por um governo que determina políticas educacionais ineficientes e, comprovadamente, fracassadas. Uma semana após a propagação da discrepância entre os resultados do Saresp e do Saeb, a Secretaria da Educação anunciou que averiguará o que ocorreu. Por que os critérios de correção não foram avaliados pelo governo e sua equipe antes de serem implantados? Nós, professores que participamos da correção, percebemos falhas não apenas nesses critérios mas também na elaboração da prova como um todo."
Ivone Assunção Marques (São Paulo, SP)

Bilhete Único
"A Folha reconhece o valor da implantação do Bilhete Único e o alcance da medida como benefício aos usuários do transporte coletivo da capital. Pesquisas mostram que esse apoio é também da maioria da população de São Paulo. Mas o editorial "O preço do Bilhete" (Opinião, pág. A2, 5/7) faz ilações a respeito do comportamento da Prefeitura de São Paulo e de como irá manter-se o sistema no futuro. O editorial afirma que "é assunto para depois das eleições". A Prefeitura de São Paulo reafirma que manterá o Bilhete Único, suas vantagens e, em particular, o pagamento da tarifa única para que o usuário possa tomar quantas conduções precisar no período de duas horas. Reafirma também que nenhum aumento de tarifa acontecerá antes ou depois das eleições em decorrência da implantação do Bilhete Único. Cabe ainda reafirmar que os resultados de três anos e meio de gestão apontam que o atual governo municipal administra com eficiência os recursos públicos. O esforço desenvolvido permitiu renovar metade da frota com ônibus novos, acabar com o transporte clandestino, implementar o Bilhete Único, construir mais de 100 km do Passa-Rápido e construir nove terminais modernos."
Sonia Franieck, secretária municipal de Comunicação e Informação Social (São Paulo, SP)

Competência
"A reportagem sobre o vice de José Serra ("Patrimônio de vice de Serra teve salto de 316% em 4 anos", Brasil, 7/7) fez-me sentir uma nulidade. Temos quase a mesma idade, mas, enquanto comecei a trabalhar cedo e nunca consegui conciliar nenhuma outra atividade com o meu pequeno negócio, que mal dá para me sustentar, o senhor Gilberto Kassab, além de ter começado tarde a sua carreira política e de conseguir conciliá-la com atividades empresariais, ainda ficou rico com elas em poucos anos. Se Serra ganhar a eleição para prefeito -e realmente fizer do cargo um trampolim para tentar a Presidência em 2006-, a cidade estará em boas, não, em ótimas mãos, pois seu vice, Kassab, é um fenômeno de competência."
Eduardo Guimarães (São Paulo, SP)

Boicote ao crédito
"Grande idéia a do presidente ("Lula sugere "boicote" a crédito para juro cair", Dinheiro, pág. B1, 7/7). Que tal se boicotássemos também a Receita Federal, que se esqueceu de atualizar a tabela do Imposto de Renda?"
Carlos Bruni Fernandes (São Paulo, SP)

Parceria público-privada
"O Sindifisco-MG esclarece que o jornalista Luís Nassif cometeu equívocos em sua coluna ("As razões da China", Dinheiro, 25/6). A atuação do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG) na Secretaria da Fazenda de Minas Gerais (SEF-MG) é ilegal e está sendo investigada pelo Ministério Público. O modelo de parceria elogiado é financiado por grandes empresas, inclusive por multinacionais, que são objeto de ação fiscal da SEF-MG -e algumas delas já foram autuadas por descumprimento de normas da legislação tributária. Quanto aos pretensos ganhos proporcionados por esse modelo, o que ocorre em Minas Gerais é o contrário: o sucateamento da fiscalização e o aumento das fraudes e da sonegação, amplamente divulgados pela mídia e envolvendo os financiadores da dita parceria. Os técnicos do INDG têm acesso não apenas a "dados agregados" mas a dados individuais utilizados na elaboração da programação fiscal. A fiscalização mineira nunca teve nem pretende ter seu desempenho coberto por nenhum tipo de sigilo, o inverso do que ocorre com as sorrateiras ações do INDG."
Lindolfo Fernandes de Castro, presidente do Sindicato dos Fiscais e Agentes Fiscais de Tributos do Estado de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG)

Resposta do jornalista Luís Nassif - Segundo Fuad Noman, secretário da Fazenda de Minas, em 2003 a receita tributária brasileira caiu 1,71% -a de São Paulo caiu 5,85% e a do Rio de Janeiro, 6,51%- e a de Minas Gerais cresceu 0,55% em termos reais (descontada a inflação). Sustenta ele que os dados utilizados para definir metas foram setoriais e regionais -não por empresas.

Ecad
"A assessoria de imprensa do Ecad informou equivocadamente ao jornalista Pedro Alexandre Sanches que a instituição não possuía dados informatizados antes de 2001 ("Quanto mais purpurina, melhor", Ilustrada, 25/6). O Ecad, desde meados da década de 80, está totalmente informatizado. Cada vez mais, a entidade vem investindo em tecnologia e aprimorando seus sistemas com o objetivo de organizar as ações da arrecadação e da distribuição, trazendo sempre mais agilidade e transparência aos processos operacionais. A inovação mais importante, no entanto, deu-se no processo de centralização das informações, realizado a partir de 2001. Hoje, todas as associações de compositores, intérpretes, músicos, editoras musicais e empresas fonográficas, além das 20 unidades do Ecad em todo o Brasil, podem acessar pela internet todas as informações em tempo real e simultaneamente. Essa foi a grande mudança ocorrida nos últimos anos na área de tecnologia da informação, o que não quer dizer que anteriormente os dados não eram informatizados."
Glória Braga, superintendente do Ecad (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".


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