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Sempre a dengue
A ESTAÇÃO chuvosa na região Sudeste se aproxima
e a epidemia de dengue
deve agravar-se nos próximos
meses. Antecipando-se às águas,
o Ministério da Saúde divulgou
nesta semana números preocupantes sobre a moléstia. A idéia é
que sirvam de alerta, levando a
população a multiplicar seus esforços de combate ao mosquito
Aedes aegypti, o vetor da dengue.
Os casos da doença aumentaram 45% nos primeiros sete meses do ano contra igual período
de 2006. O total de notificações
até meados de agosto já chega a
442.757. O ano de 2007 deverá,
portanto, rivalizar com a grande
epidemia de 2002, quando se registraram quase 800 mil casos. O
total de óbitos também aumentou. Foram 98 até agora, contra
61 nos 12 meses de 2006.
A ressurgência de epidemias
de dengue se explica por uma série de fatores sobre os quais temos pouco ou nenhum controle,
como o volume de chuvas e a circulação de pessoas que carregam
o vírus, contaminando mosquitos que se encarregarão de espalhar a doença numa dada área.
O único elemento sobre o qual
temos controle parcial é o grau
de infestação do Aedes. O inseto
não pode ser erradicado, mas pode ter sua população reduzida. É
nesse ponto que os esforços das
três esferas de governo e da sociedade têm falhado.
Os problemas são vários. Vão
desde agentes de saúde mal preparados que fazem visitas domiciliares em horários nos quais as
pessoas não estão em casa até o
raciocínio -algo cínico, mas não
desprovido de lógica- de que é
inútil tomar medidas preventivas contra o mosquito se o vizinho não fizer o mesmo.
De fato, é sempre muito difícil
implantar mudanças de hábito
na população, em especial quando elas se destinam a evitar um
inimigo invisível, como é o caso
do vírus da dengue. Mas, dado
que dificuldades técnicas deverão retardar o surgimento de
uma vacina eficaz, não há alternativa que não incorporar o
combate ao mosquito a nossos
costumes do dia-a-dia.
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