São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2008

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Editoriais

Situação em disputa

A QUATRO semanas do primeiro turno, Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) estão tecnicamente empatados em segundo lugar na disputa pela Prefeitura de São Paulo. A lenta mas contínua ascensão do prefeito, associada à queda nas preferências pelo ex-governador tucano, embaralhou a corrida que decidirá, provavelmente, o adversário de Marta Suplicy no segundo turno.
O Datafolha publicado ontem reiterou o dado sociopolítico básico sobre este pleito: o eleitorado na cidade continua dividido, praticamente ao meio, entre PT, de um lado, e PSDB-DEM, do outro. A polarização que já se enunciava em 2000 -quando Alckmin deixou de disputar com Marta o segundo turno por menos de 8.000 votos- impôs-se a partir da eleição seguinte, à custa do declínio do malufismo.
Os 40% obtidos por Marta Suplicy na pesquisa correspondem à soma das intenções de voto em Alckmin (22%) e em Kassab (18%). Nas simulações de segundo turno, a petista está rigorosamente empatada com o tucano. Quando o adversário da ex-prefeita é Kassab, a margem de vitória da ex-prefeita, que já foi de 20 pontos, caiu para sete.
Expostos à propaganda eleitoral, os paulistanos mais próximos dos tucanos reagem como se estivessem, na prática, diante de duas opções quase equivalentes para enfrentar a petista. Não por acaso, caiu pela segunda vez consecutiva o índice de rejeição a Kassab, que era semelhante ao obtido por Marta Suplicy.
Com mais tempo de propaganda -e programas mais bem avaliados pelos eleitores-, mais dinheiro para campanha e aprovação do governo em alta, Kassab conseguiu aproximar-se de Alckmin. Resta saber com que recursos o ex-governador contará na tentativa de, pelo menos, congelar as suas chances no atual patamar até 5 de outubro.


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