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Poluição mal calculada
Um diagnóstico preciso é precondição para o correto tratamento de qualquer problema. No caso
dos índices de poluição em São
Paulo, os atuais critérios de aferição, desatualizados e falhos, dificultam a adoção de medidas adequadas para evitar prejuízos
maiores à saúde da população.
Reportagem de ontem da Folha
revelou que a capital paulista, embora tenha uma rede eficiente de
monitoramento, usa critérios defasados para medir a qualidade do
ar. A situação é ainda pior em várias capitais do país, que nem sequer contam com o número adequado de postos de medição.
Os padrões adotados por São
Paulo, baseados em resolução do
Conama (Conselho Nacional do
Meio Ambiente), são bem mais
complacentes do que os usados
nos EUA e na União Europeia ou
os recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Pelos parâmetros atuais, a média da qualidade do ar aferida nas
21 estações de mediação da metrópole jamais atingiu um estágio
considerado grave, segundo os
dados oficiais de 2008 e 2009.
Se fossem adotados os critérios
da OMS, todas as 21 médias, porém, estariam acima do limite máximo de concentração de material
particulado, a poeira mais fina
que penetra nos pulmões.
O clima seco das últimas semanas contribuiu para piorar os níveis de poluição na capital paulista. A proporção de ozônio medida
pela estação Ibirapuera em agosto
ficou acima do aceitável em 11
dias. Pelos parâmetros da OMS,
em outros oito dias também teriam sido considerados inadequados os níveis do gás.
A Cetesb, agência ambiental
paulista, discute desde o início do
ano mudanças nos critérios de
medição. É premente acelerar esses estudos para que as autoridades estejam mais bem aparelhadas a fim de adotar medidas de
emergência, como a ampliação do
rodízio de veículos nos dias mais
poluídos e secos. Afinal, no mês
passado, houve um aumento de
nada menos do que 30% nas internações por doenças respiratórias.
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