São Paulo, quarta-feira, 08 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Democracia virada
A palavra "insolente", escolhida por Fernando de Barros e Silva no artigo "Delinquência e tapetão" (Opinião, 3/9) para sintetizar o modo como a atual administração federal trata e acomoda a violação sistemática de dados, não é suficiente.
O populismo viaja num traquejo fácil e displicente, com consequências imprevisíveis para as instituições. Quem está virando a mesa da democracia e, portanto, respaldando o cinismo crônico do Poder Executivo não é a autoimolada oposição, mas o medo obsequioso com que todos nós estamos prostrados diante dos 78% de aprovação.
Se os alunos da história prestassem mais atenção às aulas, não teriam dificuldades em perceber que isso não costuma terminar bem.
PAULO ROSENBAUM (São Paulo, SP)

 

Será que o PSDB, um partido com tão longa folha de serviços prestados à democracia brasileira, precisa mesmo desse insert publicitário ridículo, em que José Dirceu é apresentado como uma espécie de Coringa -o vilão número 1 do Batman-, que supostamente viria assombrar o país em caso de vitória de Dilma Rousseff?
Será que não há nada mais para dizer a favor de si próprio além desse apelo de gibi? Os marqueteiros que criaram peça tão infame e risível conhecem, de fato, a história do partido que estão defendendo? Ou a imaginação se apequenou à medida que cresceu o desespero?
CONSUELO DE CASTRO, dramaturga (São Paulo, SP)

Arena do Palmeiras
Escrevo para responder à carta do secretário Eduardo Jorge, publicada no dia 4/9 nesta seção.
O secretário Jorge tenta rebaixar minha indignação com os termos absurdos do "Comunique-se" 01/2010, exarado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente para cuidar da emissão do alvará exigido para o início das obras.
O caráter universal da lei, dizia Marcuse, oferece proteção universal a todos os cidadãos, não apenas em relação ao jogo de autointeresses conflitantes mas também aos caprichos governamentais.
As tropelias e ilegalidades praticadas pelas burocracias públicas promovem subversão da hierarquia entre os Poderes do Estado. As burocracias do Estado corrompem a política e, assim, degradam o instituto da representação popular.
Funcionários públicos exorbitam ou inventam obstáculos e, assim, corrompem o princípio da legalidade e da impessoalidade nos atos da administração pública.
LUIZ GONZAGA BELLUZZO, presidente do Palmeiras (São Paulo, SP)

Quadrinhos
Manifesto aqui a minha defesa do humorista Adão, que publicou na Ilustrada de 31/8 uma tira sobre sexo na terceira idade.
Ao tachar a tirinha de preconceituosa e triste, o doutor Eduardo Ferriolli ("Semana do Leitor", 5/9) mostra não entender que o humor é um recurso de que dispomos para contornarmos, de forma sutil, as nossas mazelas de cada dia. Os humoristas utilizam os preconceitos como material de trabalho? Claro. O humor nos coloca cara a cara com os nossos próprios preconceitos, com as nossas próprias fraquezas e falhas. Nós nos identificamos com os personagens de quem se faz troça.
O humor põe a nu não só a velhinha mas aquilo que fica velado, escondido. É dito o que, convenientemente, ninguém quer dizer.
Tirinhas não são campanha de saúde do idoso nem lugar para pregações politicamente corretas.
São um recurso de humor, manifestação legítima das contradições do ser humano.
Se enseja algum tipo de mal-estar, atingiu seu objetivo.
LUIZ FELIPE BRUZZI CURI (Belo Horizonte, MG)

Maconha
Se os doutores que defendem o seu lobby da maconha ("Lobby da proibição", "Tendências/Debates", ontem) pensam que as perdas da sociedade são apenas a morte em tiroteios e "tosse", certamente desconhecem psicopatologia e prevenção em saúde mental.
Infelizmente, as melhores instituições estão aparelhadas por pessoas que levam a desonestidade, a fraude e a mentira até o fim para manter as suas convicções. Médicos e cientistas deveriam estar reivindicando leitos para tratamento das vítimas de drogas lícitas e ilícitas que continuam sem assistência. A vaidade não os permite ver que seus doutorados e pós-doutorados valem menos do que o mais simples e humilde dos brasileiros. A propósito, maconha faz muito mal para quem ainda tem cérebro.
JORGE CESAR GOMES DE FIGUEIREDO, psiquiatra, diretor da clínica Vitória (Embu, SP)

Qualidade do ar
Preocupante e grave saber que os critérios de medição da poluição do ar no Estado de São Paulo estão desatualizados em relação aos padrões recomendados pela OMS (Cotidiano, ontem).
Atualizá-los conforme os padrões americanos e da OMS expõe a gravidade da situação, como mostraram Evangelina Vormittag e Paulo Saldiva ("Atualização dos padrões revelaria uma situação fora de controle"), e implica na necessidade de ações políticas e institucionais mais estruturais, que de fato vão nas causas dos problemas. Mas tais medidas podem gerar desgastes políticos e muitas vezes são impopulares.
A manifestação da Cetesb é imprescindível
JOSÉ EDUARDO VIGLIO (Campinas, SP)

Cisjordânia
Muito esclarecedora a entrevista com o escritor A.B. Yehoshua (Mundo, ontem), que se recusa, ao lado de outros artistas israelenses, a dar legitimidade aos assentamentos na Cisjordânia.
Disse ele: "Por que temos de ir a uma comunidade que nem sequer deveria ter sido construída e que atrapalha o processo de paz? Ariel não faz parte do Estado de Israel".
Se todos os israelenses pensassem dessa forma, a tão sonhada paz no Oriente Médio deixaria de ser uma utopia para se tornar uma realidade.
OMAR MURAD (Presidente Prudente, SP)

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br

Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman



Texto Anterior: Danilo Santos de Miranda: Como água e azeite

Próximo Texto: Erramos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.