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PAINEL DO LEITOR
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Eleições
"No caderno "Eleições 2008" de
ontem, há diversos exemplos de
distorções produzidas pela nossa
legislação eleitoral. Em São Paulo,
um candidato a vereador conseguiu
se eleger com a metade dos votos de
outro que não foi eleito.
Eu explico. O candidato Dr. Milton Ferreira, um dos dois votados
do seu partido, o PPS, teve a sorte
de se eleger, para a última cadeira
de vereador, com 14.874 votos. Já o
senhor David Soares (PSC), suplente de vereador, teve 27.494 válidos.
Ganhou, mas não levou. Aliás, ele
suplantou outros 12 vereadores
igualmente eleitos.
E tem mais, o Dr. Milton teve menos votos que todos os 14 primeiros
suplentes de partidos.
Dá para acreditar?"
JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP)
"Eis o recado contundente de
quase 60% dos eleitores de Belo
Horizonte ao governador Aécio Neves (PSDB) e ao prefeito Fernando
Pimentel (PT), padrinhos políticos
do desenxabido candidato Márcio
Lacerda (PSB), que concorrerá com
Leonardo Quintão (PMDB) num
surpreendente segundo turno do
pleito municipal: "Nóis é jeca, mas
não é bobo"."
TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO
(Belo Horizonte, MG)
Demissão na escola
"Gostaria de comentar a reportagem "A guerra das palavras", publicada no Mais! de domingo passado.
Sou pai de duas crianças de 11
anos que estudam no Rio de Janeiro, em escola similar à Escola Parque. Ambas estão no 6º ano.
Escrevo poesia, algumas das
quais de forte conteúdo erótico.
Daqui a alguns anos, quando elas
souberem sobre sexo e suas práticas, talvez irão gostar de lê-las; hoje, nem pensar.
Não acho que o professor Teixeira deveria ter sido demitido por escrever poesias eróticas, mas tenho
sérias dúvidas sobre se minhas minhas filhas ou qualquer outra garota da idade delas -ou mesmo um
ano mais velha- têm capacidade
para discernir o conteúdo da poesia
de Drummond de Andrade publicada -e nem sei se a apreciariam se
tivessem acesso a ela.
E, pelo que me consta, Teixeira
nunca sugeriu que seus alunos lessem seu blog ou seus poemas."
DANIEL WILLMER (Rio de Janeiro, RJ)
"É triste, sobretudo para quem,
como eu, é professor de literatura,
descobrir o motivo da demissão do
professor Oswaldo Teixeira (caderno Mais!, 5/10).
Embora me alegre em saber que
a atividade poética ainda pode causar incômodo, fica a pergunta: até
quando as escolas particulares serão reféns de gente obtusa, cujo argumento maior é a quantidade de
grana na conta bancária?"
LEANDRO VEIGA DAINESI (Lorena, SP)
Vestibular
"Ao ler a Folha de ontem, fiquei
chocado com as coisas que encontrei na reportagem "Técnica para
melhorar a memória está entre as
apostas" (caderno Fovest).
Descobri que praticamente nenhum dos alunos da USP que conheço foi um "vestibulando sério",
porque, segundo Antônio Carlos
Perpétuo, esses dedicados alunos
(os "vestibulandos sérios') estudam
"umas 13 horas por dia". Passei duas
vezes na Fuvest e uma vez na Unicamp e tenho amigos em várias outras boas universidades públicas
(como a Unesp e a Unifesp).
E quase nenhum de nós fez muito além do óbvio para passar: interessar-se pelas matérias e fazer
muitos exercícios de vestibulares
anteriores. Sem desespero, sem
métodos revolucionários, sem "vale-tudo". Foi duro descobrir que nós
não somos um bom exemplo para
quem gosta de técnicas milagrosas.
Se um dia eu for pai, vou tentar
lembrar que, seguindo as sugestões
de pessoas que participaram da reportagem, devo ensinar meu filho a
escrever de trás para a frente para
que ele passe na USP."
RICARDO MIOTO (São Paulo, SP)
Opus Dei
"Ao criticar o espaço dado por este jornal para debates e opiniões sobre a "seita" Opus Dei ("Uma semeadura de paz e de alegria", "Tendências/Debates", 2/10), o leitor Rodrigo Díaz Olmos ("Painel do Leitor", 7/10) agiu justamente como teria
agido o regime totalitário fascista
do qual seu pai teria sido vítima.
Informo que meu filho mais velho, aos 18 anos, ingressou na citada
"seita", fez votos de pobreza e de castidade e até hoje, cerca de 30 anos
depois, é um exemplo de solidariedade, amor, paz e alegria."
WASHINGTON MURILO MELO (São Paulo, SP)
COB
"Ao retornar de viagem ao exterior, onde tomei conhecimento da
forma como foram feitas as eleições
para o COB, quero expressar minha
absoluta insatisfação pela maneira
como o pleito se deu. O fato de eu
ter sido incluído na chapa não significa que concorde com a maneira
ilegítima como ocorreu a Assembléia Geral. Li que outras confederações também repudiaram as eleições e com elas solidarizo-me.
Quero igualmente reiterar que
sou contrário à candidatura do Rio
de Janeiro (ou de qualquer outra cidade do Brasil) aos Jogos Olímpicos
de 2016 por achar que nosso país
tem problemas sociais gravíssimos
a serem resolvidos antes de realizar
evento de tamanha magnitude.
Além disso, há que se notar que o
TCU não aprovou as contas dos Jogos Pan-Americanos de 2007, e,
sendo assim, emitir uma medida
provisória que destina R$ 85 milhões a uma candidatura que certamente será derrotada é uma afronta
ao povo."
ALBERTO MURRAY NETO , árbitro da Corte Arbitral
do Esporte em Lausanne e membro do Comitê
Olímpico Brasileiro (São Paulo, SP)
Isonomia
"Alguém precisa lembrar aos gestores públicos em Brasília que a
Constituição consagrou o princípio
do pacto federativo e do equilíbrio
possível entre todos os Estados. Como se explica então que o STF, o
STJ, o Itamaraty, o Ministério das
Comunicações e outros órgãos federais realizem concursos públicos
determinando que as provas sejam
aplicadas só em Brasília?
Onde foi parar o princípio constitucional da isonomia, com igualdade de oportunidades para todos?"
ABIMAEL FERRACINNI (São Luís, MA)
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