São Paulo, Segunda-feira, 08 de Novembro de 1999
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São Paulo, Segunda-feira, 08 de Novembro de 1999 |
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PAINEL DO LEITOR O perigo mora ao lado "Carlos Geraldo, pai de Fabiana Lobão de Freitas, brilhante moça de 25 anos assassinada brutalmente no MorumbiShopping, é daquelas pessoas que abdicam da própria vida pelos filhos. Meu amigo de infância, companheiro que me ajudou a concretizar o sonho de finalizar o meu livro, dando idéias e me acalmando nos meus piores momentos. E agora? Qual o tipo de consolo que posso dar ao dedicado pai que só soube dar carinho e amor para as suas filhas? Pergunto aos nossos governantes, que vêm sendo negligentes com relação à segurança pública: o que eu posso dar ao meu amigo Carlos Geraldo? Direi a ele que a sua outra filha poderá sair de casa com tranquilidade? Posso acalmá-lo, dizendo que nada acontecerá de errado? Qual é o consolo? Que medidas tomarão? Ou nada continuarão fazendo?" Valéria Baracat (São Paulo, SP) "Pagamos muito mais do que R$ 2,50 por mês aos "guardadores de carros", quando estacionamos na via pública. Há uma justificadíssima ojeriza a impostos por parte da população. Os meios de comunicação, compreendendo esse fato, têm manifestado opinião contrária à adoção da taxa de segurança no Estado de São Paulo. Todavia a proposta para a segurança tem aspectos muito positivos, principalmente quanto ao fato de, não sendo imposto, não transitar obrigatoriamente pelo Tesouro estadual e não estar sujeita ao apetite de políticos. A sociedade, debatendo o assunto, pode aprimorá-la muito, especialmente quanto ao controle da destinação dos recursos, eliminando a desconfiança causada pela falta de resultados verificada com a CPMF. O que não pode é continuar essa situação de insegurança, quando sabemos muito bem que não será resolvida se contar apenas com a arrecadação de impostos." Sérgio Faraco (São Paulo, SP) "É uma questão cultural, aqui no Brasil, dar atenção só aos que "podem". Todos os dias excluídos pela sociedade passam barbaridades e ninguém fica sabendo, já que o infeliz é um "ninguém"." Valquiria Barbosa Maio (São Paulo, SP) "Mais uma vez temos que admitir a tese de que os maiores bandidos que a sociedade teme não estão entre os favelados, os negros, os pobres. Tome cuidado, povão da elite, o perigo pode estar a seu lado!" Odailton Carvalho Bezerra (Urânia, SP) "A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) realizou em Teresina (PI) uma campanha nacional, intitulada "Basta de Impunidade", um verdadeiro protesto contra a omissão dos nossos governantes com relação ao aumento assustador da violência. O objetivo da mencionada campanha é, não se tem dúvida, assegurar aos brasileiros confiança e segurança. A OAB está lutando para que a nossa gente possa viver mais tranquila e segura. Certo estou de que o presidente Fernando Henrique Cardoso tudo fará para que o nosso país viva em condições seguras." Moacyr Cavalcanti (Brasília, DF) Coronelismo camuflado "O Brasil vive a época do coronelismo camuflado. Tive certeza disso com a morte da prefeita Dorcelina Folador, da cidade de Novo Mundo (MS). Quando pessoas de coragem aparecem para denunciar os ditos "homens de bem", são ameaçadas e mortas. Para a família de Dorcelina, os meus mais sinceros sentimentos." Maria Aparecida Loiola Veiga (Sacramento, MG) Brasil, homens e idéias "A declaração do sr. Alcides Tápias, ministro do Desenvolvimento, de que há insuficiência de bons projetos nacionais, é uma agressão à sociedade brasileira. Num país minimamente civilizado, seria suficiente para demissão sumária. Mas temo que nem uma puxada de orelha irá tomar. É patético, ao mesmo tempo, o sr. Antonio Ermírio de Moraes e a Fiesp lamentarem somente agora a posição do BNDES de financiar empresas estrangeiras nas privatizações. Ora, isso vem ocorrendo desde o início do primeiro mandato de FHC!" Claudio Mario Leal Passos (São Paulo, SP) Combate à fome "Parabéns pela entrevista com d. Mauro Morelli (1/11). D. Mauro, parceiro de Betinho, fala com a autoridade de quem conhece o problema da fome no Brasil e participou de várias experiências bem-sucedidas. Tem o privilégio, portanto, de possuir os conhecimentos técnicos e a prática, o que não se aplica aos burocratas do governo." Ildes Ferreira de Oliveira (Feira de Santana, BA) Papel do DNER "O DNER exerce papel fundamental para o desenvolvimento de nossa economia, sendo responsável pelo sistema de transporte, com participação predominante na movimentação de cargas e passageiros no país. Não serão episódios isolados e ainda não devidamente apurados que justificarão a extinção de um órgão dessa importância. Se assim fosse, deveriam ser extintas muitas outras instituições fundamentais para o funcionamento da administração pública. Repudiamos as manifestações precipitadas que, visando interesses imediatistas, atingem a imagem de um órgão que tantos serviços vem prestando ao país." Almir Lopes Calmont de Andrade, presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Rodoviários (Rio de Janeiro, RJ) Poderes em crise "O Brasil vive uma crise institucional sem precedentes na história. Um país desgovernado é o que vemos. Os Poderes perderam suas identidades. O Executivo está legislando com medidas provisórias. O Legislativo trouxe para si o trabalho de polícia, promovendo CPIs intermináveis, fazendo prisões em sessões, quebrando sigilos bancários e telefônicos, enquanto projetos de relevância (como as reformas previdenciária, fiscal e política) repousam em berço esplêndido nos gabinetes de deputados e comissões. O Judiciário, o mais sério de todos os Poderes, vê seus membros na rua pedindo aumento de salários, mas sem que com isso tenham, por um instante, deixado de fazer sua prestação jurisdicional. Diante de tudo isso, pobre do povo, que segue em carruagem desgovernada, sem destino e sem perspectiva!" Sandro de Castro (Curitiba, PR) Homenagem aos idosos "Tenho visto inúmeras manifestações em favor dos idosos, a propósito do ano internacional do idoso. Que tal o Judiciário também aderir a essas homenagens, promovendo um mutirão para abreviar a tramitação de milhares de ações que aposentados têm na Justiça contra o INSS, cujos pedidos de revisão de benefício demoram em média dez anos?" Laerte Geraldo Gorni (São Carlos, SP) Texto Anterior: Hélio Bicudo: A crise da Justiça de menores Próximo Texto: Erramos Índice |
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