São Paulo, segunda-feira, 08 de novembro de 2010

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Primeiros resultados

Os números do Censo de 2010, compilados pelo IBGE depois de três meses de visitas a domicílios em todo o país, apontam para uma população menor do que a estimada. Foram recenseados 185.712.713 habitantes -ao passo que a estimativa para 2010, feita no ano passado, era de 191.480.630 pessoas.
A defasagem não é uma grande surpresa, uma vez que a cobertura em censos dessa magnitude não atinge 100% dos domicílios -e ainda há ajustes a fazer.
Municípios têm 20 dias para contestar resultados, e os recenseadores poderão buscar moradores que não tenham respondido à pesquisa. À diferença de homólogos pelo mundo, o IBGE não faz estimativa para os domicílios não contados.
Considerando-se o número divulgado, terá ocorrido aumento de 9,4% na população do país nesta década.
O resultado preliminar indica que a taxa de fecundidade, estimada em 1,9 filho por mulher, pode estar abaixo disso; mostra que a população do Nordeste cresce mais do que a do Sul-Sudeste; e que algumas cidades tiveram expansão acentuada -caso de Boa Vista, capital de Roraima, que cresceu 38,5% desde 2000.
O Censo de 2010 confirmará a concentração de habitantes em áreas urbanas, fenômeno que começou a acelerar no país a partir da década de 1950. Se em 1940 cerca de 30% viviam em cidades, em 1980 essa relação já havia se invertido -apenas 1/3 da população estava radicada no campo.
O rápido acréscimo demográfico nas cidades gerou uma série de distorções -em especial nas grandes regiões metropolitanas- que ainda estão à espera de soluções. São conhecidas em nossos principais centros as deficiências de transporte, a favelização, a ocupação irregular em áreas de risco, a falta de saneamento básico e a deterioração ambiental.
Em que pese o Estatuto das Cidades, de 2001, que tornou obrigatória a formulação de planos diretores em municípios com mais de 20 mil habitantes, falta planejamento e faltam investimentos para reverter esse quadro.
Uma vez concluídos, os dados do Censo serão valiosos para definir ou corrigir políticas públicas -mas é preciso que elas acertem nos objetivos e saiam do papel.


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