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Primeiros resultados
Os números do Censo de 2010,
compilados pelo IBGE depois de
três meses de visitas a domicílios
em todo o país, apontam para
uma população menor do que a
estimada. Foram recenseados
185.712.713 habitantes -ao passo
que a estimativa para 2010, feita
no ano passado, era de
191.480.630 pessoas.
A defasagem não é uma grande
surpresa, uma vez que a cobertura
em censos dessa magnitude não
atinge 100% dos domicílios -e
ainda há ajustes a fazer.
Municípios têm 20 dias para
contestar resultados, e os recenseadores poderão buscar moradores que não tenham respondido à
pesquisa. À diferença de homólogos pelo mundo, o IBGE não faz
estimativa para os domicílios não
contados.
Considerando-se o número divulgado, terá ocorrido aumento
de 9,4% na população do país
nesta década.
O resultado preliminar indica
que a taxa de fecundidade, estimada em 1,9 filho por mulher, pode estar abaixo disso; mostra que
a população do Nordeste cresce
mais do que a do Sul-Sudeste; e
que algumas cidades tiveram expansão acentuada -caso de Boa
Vista, capital de Roraima, que
cresceu 38,5% desde 2000.
O Censo de 2010 confirmará a
concentração de habitantes em
áreas urbanas, fenômeno que começou a acelerar no país a partir
da década de 1950. Se em 1940 cerca de 30% viviam em cidades, em
1980 essa relação já havia se invertido -apenas 1/3 da população estava radicada no campo.
O rápido acréscimo demográfico nas cidades gerou uma série de
distorções -em especial nas grandes regiões metropolitanas- que
ainda estão à espera de soluções.
São conhecidas em nossos principais centros as deficiências de
transporte, a favelização, a ocupação irregular em áreas de risco, a
falta de saneamento básico e a deterioração ambiental.
Em que pese o Estatuto das Cidades, de 2001, que tornou obrigatória a formulação de planos diretores em municípios com mais
de 20 mil habitantes, falta planejamento e faltam investimentos
para reverter esse quadro.
Uma vez concluídos, os dados
do Censo serão valiosos para definir ou corrigir políticas públicas
-mas é preciso que elas acertem
nos objetivos e saiam do papel.
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