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FERNANDO RODRIGUES
A última do PFL contra Serra
BRASÍLIA - Desinteressantes para a esmagadora maioria dos brasileiros, as manobras de bastidores da sucessão presidencial têm causado muitas
emoções entre os pré-candidatos governistas. Tem mentira, traição, puxada de tapete. O lance mais recente
foi do PFL contra o tucano José Serra.
O ministro da Saúde planeja sair
do cargo no início de 2002. No mesmo momento em que Roseana Sarney (PFL) poderia cair um pouco nas
pesquisas de opinião por causa do
hiato político de final de ano. Serra
pretendia ocupar esse possível vácuo
e romper a barreira dos 10%.
Boa aposta. Mas o PFL detectou a
estratégia. Tomou providências. Antecipou sua propaganda eleitoral na
TV de maio para 31 de janeiro.
A cada semestre, os grandes partidos têm direito a 20 minutos em rede
nacional de TV. O PFL usará esse
tempo para incensar Roseana. Repetirá a trilha usada recentemente.
Além dos 20 minutos corridos, cada
partido tem outros 40 minutos divididos em inserções menores ao longo
da programação. O PFL mostrará
Roseana em dropes nos intervalos comerciais a partir de 15 de janeiro. Serão, possivelmente, 80 comerciais de
30 segundos cada um, em todos os canais. Um bombardeio e tanto.
A cúpula pefelista espera dois resultados. Primeiro, impedir uma queda
de Roseana nas pesquisas (ou, de preferência, catapultá-la para a casa dos
25%). Segundo, neutralizar a investida de marketing do tucano José Serra
no início de 2002.
Poderá acontecer com Serra o que
sucedeu a Tasso Jereissati. Quando o
cearense se apresentava para a disputa, bateu de frente com a presença maciça de Roseana na TV. Tasso ficou empacado nos 3% ou 4%.
Tudo bem que Serra já está na casa
dos 10%. E pode até pular para 13%
ou 14%. Mas, se der certo a jogada do
PFL, será praticamente impossível
encontrar argumentos para que o tucano seja o candidato governista no
lugar de alguém que já passou dos
20% na preferência do eleitorado.
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