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São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Oriente Médio
"Causou-me surpresa a carta publicada no "Painel do Leitor" ("Ditador", pág. A3, 6/12), assinada por Paulo Brum Ferreira, extravasando ódio visceral por judeus e americanos porque um jornalista da Folha chamou o presidente da Síria de ditador. Talvez a palavra tenha sido um pouco forte, mas não explica a reação doentia, acusando o jornal. Na minha opinião, a Folha publica mais fotografias de casas palestinas arrasadas e mulheres palestinas chorando seus mortos do que fotos de velhos, mulheres e crianças eviscerados por bombas em ônibus, shoppings e restaurantes."
Mario Cardoso de Freitas (São Paulo, SP)

"Até que enfim o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma bola dentro. Em sua visita ao Oriente Médio, defendeu corajosamente a desocupação do Iraque pelas tropas americanas, a devolução dos territórios sírios tomados por Israel e a formação de um Estado palestino livre."
Renato Khair (São Paulo, SP)

Celso Daniel
"As declarações do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmando que a Promotoria, ao reabrir investigações sobre o caso Celso Daniel, cria situação estranha, são extremamente preocupantes. O que a sociedade pede é transparência. O governo, ao demonstrar apreensão quando um assassinato passa a ser apurado, joga sobre si graves suspeitas. Em plena era democrática, não podemos aceitar qualquer tentativa de impedir que a verdade apareça. A situação estranha está sendo criada pelo próprio ministro José Dirceu, ao querer arquivar o processo."
Jaime Luiz Leitão Rodrigues (Rio Claro, SP)

Itália e Brasil
"Os italianos estão nas ruas a protestar contra a política de seu primeiro-ministro, Silvio Berlusconi. Reclamam das medidas de arrocho salarial e previdenciário que sufocam o trabalhador. Querem as mudanças prometidas pela esquerda. É preciso que verifiquem se os partidos de esquerda italianos são iguais ao nosso PT. Se forem, é melhor que deixem como está, pois nós já estamos com profunda inveja dos privilégios dos trabalhadores italianos."
Homero Benedicto Ottoni Netto (Atibaia, SP)

Transparência nos gastos
"O artigo de Josias de Souza ("Aparelhamento do Incra começa a dar frutos", Brasil, pág. A11, edição de ontem) revela formas estranhas de utilização do dinheiro público por petistas do Incra-SP. Será que o princípio da moralidade está sendo observado na reforma agrária idealizada pelo partido? Não seria saudável, até para que as pessoas apontadas no texto possam justificar os atos praticados, se o Ministério Público Federal solicitasse a realização de uma auditoria completa na superintendência paulista do órgão?"
Odilon Santos (Marília, SP)

Proibição ao fumo
"Quanto à reportagem "Publicação médica pede que Blair criminalize cigarro no Reino Unido" (Mundo, pág. A16, 6/ 12), os tabagistas brasileiros podem ficar sossegados. Acredito que nunca o cigarro será proibido aqui por dois motivos: 1) A proibição causará queda na arrecadação dos impostos e aumento da sobrevida dos brasileiros, o que onerará a Previdência Social; 2) a razão dos ingleses para a proibição (o consumo de cigarros provoca ônus para o sistema de saúde e mortes prematuras, que deixam órfãos a serem atendidos pelos serviços sociais) aqui não se aplica, uma vez que não temos nem sistema de saúde nem serviços sociais a serem onerados. A única chance de proibição do cigarro, no Brasil, depende da força do lobby de traficantes e corruptos, que deitarão e rolarão com mais essa oportunidade de ganho."
Armando Navarro de Andrade (Santos, SP)

Caos no trânsito
"Não estou querendo questionar a necessidade de obras para melhoria do esquema viário em São Paulo, mas a alegação da prefeitura de que é preciso realizar obras ao mesmo tempo para evitar um colapso confirma um total desconhecimento de planejamento urbano e de engenharia por parte de nossos administradores municipais. Obras viárias, em grandes metrópoles, têm de ser cuidadosamente planejadas, dentro de rígidos cronogramas físicos e financeiros, para minimizar transtornos à população. Nossa ilustre prefeita tem feito o contrário -criar o máximo de caos para mostrar dinamismo em sua administração, visando à reeleição."
Luigi Petti (São Paulo, SP)

Combate à fome
"Referimo-nos ao texto "Fome Zero vira concorrente de ONG de Betinho" (Brasil, pág. A6, 4/12), esclarecendo o que segue: A Ação da Cidadania de São Paulo não vê o programa Fome Zero como concorrente, simplesmente porque se trata de dois fenômenos distintos. O Fome Zero é um programa de governo, e a Ação da Cidadania, como o próprio nome indica, é uma ação do cidadão. Uma opera em nível governamental, e a outra envolve a sociedade civil em ações solidárias. Não entendemos os resultados atuais da arrecadação de alimentos como consequência da suposta "concorrência", mas resultado da crise econômica. Ainda cumpre esclarecer que os resultados conhecidos da coleta em São Paulo já atingem 70 toneladas, quantia que aumenta dia a dia, pois são inúmeras as ações isoladas nesta cidade e no Estado."
Gisela Gorovitz, coordenadora-geral da Ação da Cidadania de São Paulo (São Paulo, SP)

Barbárie paulistana
"O artigo "A responsabilidade dos vereadores" ("Tendências/Debates", pág. A3, 3/12), do arquiteto e urbanista Luiz Carlos Costa, em que levanta os erros e as falhas dos 31 planos diretores regionais e da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, em discussão na Câmara Municipal, mostra a atitude centralizadora dos gestores municipais na discussão de políticas públicas em São Paulo. Tenho defendido a necessidade de facilitar o acesso aos documentos públicos para que sejam bem entendidas as propostas, além da discussão em conjunto dos planos setoriais (transporte, habitação e zoneamento). Espero que, no momento certo, os vereadores ouçam a comunidade e façam as correções. Ao não ouvir os cidadãos, o Legislativo poderá presentear os paulistanos com uma "colcha de retalhos", como ressalta Costa. Não corrigir os projetos é perpetrar a barbárie no ambiente, privatizar benefícios e socializar prejuízos."
Ricardo Montoro, vereador pelo PSDB (São Paulo, SP)

Aborto em discussão
"No artigo "Aborto, uma questão constitucional ("Tendências/Debates, pág. A3, 5/12), o professor Ives Gandra Martins afirma que, no texto constitucional de 1988, está gravado o princípio do direito à vida desde a concepção. A interpretação da Constituição sugerida pelo professor Martins proibiria a possibilidade do aborto nos caso de estupro e risco de vida da mãe, o que, segundo recente pesquisa de opinião, não é desejado por mais de 60% de brasileiras e brasileiros."
Sonia Corrêa (Rio de Janeiro, RJ)

"Mais uma vez o professor Ives Gandra Martins nos brinda com seu conhecimento técnico, enquanto jurista, e com sua lucidez e sabedoria, próprias de um ser humano especial, em tema tão polêmico e atual. Por isso fico tão gratificado quando leio textos na Folha com opiniões de homens sábios e que fundamentam suas idéias em conhecimento adquirido e em princípios éticos."
Pedro Carlos Przybylski (Joinville, SC)


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