São Paulo, quarta-feira, 09 de janeiro de 2008

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Passo acelerado

A MÉDIA global da produção industrial declinou 1,8% de outubro para novembro, divulgou o IBGE. Ainda assim, o resultado acumulado de janeiro a novembro subiu 6% sobre o mesmo período do ano anterior -praticamente o dobro do ritmo de 2005 e 2006.
Além desse fator, três outros se sobressaem no desempenho fabril. A indústria de bens de capital, que produz máquinas e equipamentos, deu nova mostra de vigor. Cresceu 1,2% em novembro sobre outubro, 24,3% ante outubro de 2006 e 19,5% no acumulado do ano. Destacam-se os segmentos de bens para a agricultura, a construção e os setores de energia e transporte.
Esse resultado demonstra a forte elevação do investimento na economia brasileira, importante para assegurar o crescimento da oferta de bens e serviços em consonância com o impulso da demanda. Essa perspectiva é reforçada com a expansão de 35,5% das importações de bens de capital importados entre janeiro e novembro de 2007.
Um segundo aspecto apurado pelos técnicos do IBGE são os efeitos negativos do real valorizado em alguns setores, fenômeno que continua a merecer atenção. As indústrias têxtil, calçadista, madeireira, editorial e de borracha e plástico vinham mostrando sinais de recuperação. No mês de novembro, no entanto, apresentaram retrocesso.
Em terceiro lugar, a produção do setor de alimentos aumentou apenas 2,6% no ano. Essa taxa de crescimento abaixo da média da indústria pode ser reflexo dos impactos de aumentos nos preços de alimentos sobre o poder de compra da população.
Mas a perspectiva de ampliação do investimento a passo acelerado, aliada à expectativa de que a oferta de alimentos se ajuste melhor à demanda no correr deste ano, invalida qualquer temor sobre descontrole inflacionário no horizonte visível.


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