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Passo acelerado
A MÉDIA global da produção
industrial declinou 1,8%
de outubro para novembro, divulgou o IBGE. Ainda assim, o resultado acumulado de
janeiro a novembro subiu 6% sobre o mesmo período do ano anterior -praticamente o dobro do
ritmo de 2005 e 2006.
Além desse fator, três outros se
sobressaem no desempenho fabril. A indústria de bens de capital, que produz máquinas e equipamentos, deu nova mostra de
vigor. Cresceu 1,2% em novembro sobre outubro, 24,3% ante
outubro de 2006 e 19,5% no acumulado do ano. Destacam-se os
segmentos de bens para a agricultura, a construção e os setores
de energia e transporte.
Esse resultado demonstra a
forte elevação do investimento
na economia brasileira, importante para assegurar o crescimento da oferta de bens e serviços em consonância com o impulso da demanda. Essa perspectiva é reforçada com a expansão
de 35,5% das importações de
bens de capital importados entre
janeiro e novembro de 2007.
Um segundo aspecto apurado
pelos técnicos do IBGE são os
efeitos negativos do real valorizado em alguns setores, fenômeno que continua a merecer atenção. As indústrias têxtil, calçadista, madeireira, editorial e de
borracha e plástico vinham mostrando sinais de recuperação. No
mês de novembro, no entanto,
apresentaram retrocesso.
Em terceiro lugar, a produção
do setor de alimentos aumentou
apenas 2,6% no ano. Essa taxa de
crescimento abaixo da média da
indústria pode ser reflexo dos
impactos de aumentos nos preços de alimentos sobre o poder
de compra da população.
Mas a perspectiva de ampliação do investimento a passo acelerado, aliada à expectativa de
que a oferta de alimentos se ajuste melhor à demanda no correr
deste ano, invalida qualquer temor sobre descontrole inflacionário no horizonte visível.
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