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PAINEL DO LEITOR
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Bush em SP
"Estamos de parabéns! Mostramos, mais uma vez, o quanto somos
cordiais com os estrangeiros, não é
mesmo?
É impressionante que, durante
todo o ano, com PCCs, seqüestros-relâmpagos, seqüestros-telefônicos
e toda a sorte de perigos a que os
paulistanos e brasileiros estão sujeitos, nada acontece. Não se vê nenhuma medida de emergência, nenhuma força-tarefa capaz de aplacar os problemas desse país.
Mas, em apenas um dia de visita
do presidente norte-americano, de
repente, a cidade se torna segura,
limpa, rica... Nossa senhora, quanta
competência dos nossos dirigentes!
Vamos então convidar Bush para
visitar São Paulo todo mês, todo dia.
Melhor. Por que ele não vem morar
aqui? Talvez essa seja a única maneira de deixarmos essa cidade um
pouco mais bonita, um pouco mais
habitável."
PAULA CORRÊA (São Paulo, SP)
"Embora considere lícita qualquer manifestação pacífica, fico
pensando por que, neste momento,
não direcionamos nossas energias
para manifestações para questões
internas, como corrupção, nepotismo, educação caótica, violência, etc.
O que não nos falta são problemas.
Ser ou não "antiamericanista",
"anti-Bush" e uma série de outros
"anti", para mim, é irrelevante.
Eu queria é ver meu povo fazendo
movimentos e manifestações que
levassem nosso governantes a serem mais honestos e mais éticos e,
principalmente, a se lembrar de que
foram colocados no poder (Executivo e Legislativo) pelo povo, e que
para ele devem governar."
SONIA MARINHO (São Paulo, SP)
Plebiscito
"Li, com apreensão, o lamentável
artigo de Bolívar Lamounier de 7/3
("Procurando Rousseau, encontrando Chávez", "Tendências/Debates') e, se bem entendi a linha de raciocínio do articulista, o povo não
pode decidir em plebiscito porque
não sabe votar. Mas não é esse mesmo povo que elege os sábios parlamentares? Estes, então, segundo o
articulista, sabem o que é bom para
o povo e podem decidir sobre essa
magna questão?
O artigo é preocupante não só pela inexplicável agressão a uma instituição séria e empenhada na necessária e reclamada reorganização da
sociedade brasileira, como é a OAB,
mas sobretudo porque a argumentação desenvolvida demonstra que
o articulista não leu a proposta que
critica -ou, se leu, não a entendeu.
O articulista muito contribuiria
para o debate sobre o assunto se esclarecesse -o que infelizmente não
fez- que interesses em última instância movem sua pena."
CLAUDINEU DE MELO, membro da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB (São
Paulo, SP)
Modernidade
"O artigo de João Pereira Coutinho ("Educação sentimental", Ilustrada, 7/3) sobre as minhas declarações à Ilustrada de 3/3 contém
alguns erros, imprecisões e confusões que eu gostaria de desfazer. (1)
Estou longe de desprezar a democracia americana. Ao contrário, é
justamente por respeitá-la e admirá-la que condeno os atentados
perpetrados contra ela pela administração Bush, entre os quais o
"Military Commissions Act". Entretanto, (2) eu jamais disse ou diria
que "Bush é igual a Bin Laden", pois
não acredito nisso. Na verdade, dado que Bin Laden não é sequer citado na referida entrevista, foi da sua
própria cabeça que Coutinho tirou
essa falsa equivalência. (3) Não é
verdade que eu não deixe claro qual
é a modernidade que defendo contra os reacionários. Digo explicitamente que é aquela "que garante,
através da institucionalização de
sociedades laicas e abertas, a dúvida e a crítica, que constituem a racionalidade" e que torna possíveis "a
livre expressão do pensamento, a
maximização da liberdade individual, a abertura do mundo a novas
possibilidades, a diversidade de
culturas e formas de vida, a pluralidade de expressões eróticas, a autonomia da ciência, a autonomia da
arte etc.". Finalmente, (4) claro que
há lugar para o sentimento na modernidade que defendo. Cada qual
tem o direito de exprimir os seus
sentimentos, que podem ser inteiramente diferentes de um indivíduo para o outro e que, como tudo
no mundo, estão sujeitos a serem
discutidos e criticados. Por isso
mesmo, porém, as regras que possibilitam a coexistência de todas as
diferenças -por exemplo, a de que
ninguém tem o direito de impor os
seus sentimentos aos outros- não
podem deixar de ser universais e
racionais."
ANTONIO CICERO (Rio de Janeiro, RJ)
Ensino superior
"O segundo artigo em seis semanas dos professores Alcir Pécora e
Francisco Hardman ("Tendências/
Debates", 7/3) contém, como o primeiro, surpreendentes erros de fato e de raciocínio.
1) A Secretaria de Ensino Superior (SES-ESP) não é entidade "híbrida" por ter sido criada em cima
da estrutura que havia sido a Secretaria de Turismo: nada desta permaneceu.
2) A vinculação da Fapesp a uma
secretaria e das universidades a outra não implica "uma concepção divisionista entre pesquisa e ensino".
A pesquisa continua junto do ensino nas universidades estaduais vinculadas à SES-ESP. Uma coisa é a
pesquisa, outra, o seu fomento e financiamento.
3) O fato de a SES-ESP ter responsabilidade de pensar um sistema de ensino superior que inclua,
além das universidades estaduais,
outras instituições de ensino superior do Estado de nenhum modo
implica lançar as universidades do
Estado "na vala comum da indústria
privada de diplomas". Esse raciocínio é um puro non sequitur.
4) Mesmo que a má qualidade do
ensino básico tenha causas independentes das universidades estaduais, isso não implica que essas devam se eximir de sua parcela de responsabilidade na melhoria desse
ensino. É irônico que, enquanto
professores de outros Estados invejam a atenção dada pelo governador
Serra ao ensino superior em São
Paulo, dedicando-lhe uma secretaria exclusiva, professores da Unicamp apenas construam hipóteses
negativas -e comprovadamente
falsas- para explicar a ação do governador."
EDUARDO CHAVES, secretário-adjunto de Ensino
Superior do Estado (São Paulo, SP)
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