São Paulo, sexta-feira, 09 de março de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Bush em SP
"Estamos de parabéns! Mostramos, mais uma vez, o quanto somos cordiais com os estrangeiros, não é mesmo?
É impressionante que, durante todo o ano, com PCCs, seqüestros-relâmpagos, seqüestros-telefônicos e toda a sorte de perigos a que os paulistanos e brasileiros estão sujeitos, nada acontece. Não se vê nenhuma medida de emergência, nenhuma força-tarefa capaz de aplacar os problemas desse país.
Mas, em apenas um dia de visita do presidente norte-americano, de repente, a cidade se torna segura, limpa, rica... Nossa senhora, quanta competência dos nossos dirigentes!
Vamos então convidar Bush para visitar São Paulo todo mês, todo dia.
Melhor. Por que ele não vem morar aqui? Talvez essa seja a única maneira de deixarmos essa cidade um pouco mais bonita, um pouco mais habitável."
PAULA CORRÊA (São Paulo, SP)

"Embora considere lícita qualquer manifestação pacífica, fico pensando por que, neste momento, não direcionamos nossas energias para manifestações para questões internas, como corrupção, nepotismo, educação caótica, violência, etc. O que não nos falta são problemas.
Ser ou não "antiamericanista", "anti-Bush" e uma série de outros "anti", para mim, é irrelevante. Eu queria é ver meu povo fazendo movimentos e manifestações que levassem nosso governantes a serem mais honestos e mais éticos e, principalmente, a se lembrar de que foram colocados no poder (Executivo e Legislativo) pelo povo, e que para ele devem governar."
SONIA MARINHO (São Paulo, SP)

Plebiscito
"Li, com apreensão, o lamentável artigo de Bolívar Lamounier de 7/3 ("Procurando Rousseau, encontrando Chávez", "Tendências/Debates') e, se bem entendi a linha de raciocínio do articulista, o povo não pode decidir em plebiscito porque não sabe votar. Mas não é esse mesmo povo que elege os sábios parlamentares? Estes, então, segundo o articulista, sabem o que é bom para o povo e podem decidir sobre essa magna questão?
O artigo é preocupante não só pela inexplicável agressão a uma instituição séria e empenhada na necessária e reclamada reorganização da sociedade brasileira, como é a OAB, mas sobretudo porque a argumentação desenvolvida demonstra que o articulista não leu a proposta que critica -ou, se leu, não a entendeu.
O articulista muito contribuiria para o debate sobre o assunto se esclarecesse -o que infelizmente não fez- que interesses em última instância movem sua pena."
CLAUDINEU DE MELO, membro da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB (São Paulo, SP)

Modernidade
"O artigo de João Pereira Coutinho ("Educação sentimental", Ilustrada, 7/3) sobre as minhas declarações à Ilustrada de 3/3 contém alguns erros, imprecisões e confusões que eu gostaria de desfazer. (1) Estou longe de desprezar a democracia americana. Ao contrário, é justamente por respeitá-la e admirá-la que condeno os atentados perpetrados contra ela pela administração Bush, entre os quais o "Military Commissions Act". Entretanto, (2) eu jamais disse ou diria que "Bush é igual a Bin Laden", pois não acredito nisso. Na verdade, dado que Bin Laden não é sequer citado na referida entrevista, foi da sua própria cabeça que Coutinho tirou essa falsa equivalência. (3) Não é verdade que eu não deixe claro qual é a modernidade que defendo contra os reacionários. Digo explicitamente que é aquela "que garante, através da institucionalização de sociedades laicas e abertas, a dúvida e a crítica, que constituem a racionalidade" e que torna possíveis "a livre expressão do pensamento, a maximização da liberdade individual, a abertura do mundo a novas possibilidades, a diversidade de culturas e formas de vida, a pluralidade de expressões eróticas, a autonomia da ciência, a autonomia da arte etc.". Finalmente, (4) claro que há lugar para o sentimento na modernidade que defendo. Cada qual tem o direito de exprimir os seus sentimentos, que podem ser inteiramente diferentes de um indivíduo para o outro e que, como tudo no mundo, estão sujeitos a serem discutidos e criticados. Por isso mesmo, porém, as regras que possibilitam a coexistência de todas as diferenças -por exemplo, a de que ninguém tem o direito de impor os seus sentimentos aos outros- não podem deixar de ser universais e racionais."
ANTONIO CICERO (Rio de Janeiro, RJ)

Ensino superior
"O segundo artigo em seis semanas dos professores Alcir Pécora e Francisco Hardman ("Tendências/ Debates", 7/3) contém, como o primeiro, surpreendentes erros de fato e de raciocínio.
1) A Secretaria de Ensino Superior (SES-ESP) não é entidade "híbrida" por ter sido criada em cima da estrutura que havia sido a Secretaria de Turismo: nada desta permaneceu.
2) A vinculação da Fapesp a uma secretaria e das universidades a outra não implica "uma concepção divisionista entre pesquisa e ensino". A pesquisa continua junto do ensino nas universidades estaduais vinculadas à SES-ESP. Uma coisa é a pesquisa, outra, o seu fomento e financiamento.
3) O fato de a SES-ESP ter responsabilidade de pensar um sistema de ensino superior que inclua, além das universidades estaduais, outras instituições de ensino superior do Estado de nenhum modo implica lançar as universidades do Estado "na vala comum da indústria privada de diplomas". Esse raciocínio é um puro non sequitur.
4) Mesmo que a má qualidade do ensino básico tenha causas independentes das universidades estaduais, isso não implica que essas devam se eximir de sua parcela de responsabilidade na melhoria desse ensino. É irônico que, enquanto professores de outros Estados invejam a atenção dada pelo governador Serra ao ensino superior em São Paulo, dedicando-lhe uma secretaria exclusiva, professores da Unicamp apenas construam hipóteses negativas -e comprovadamente falsas- para explicar a ação do governador."
EDUARDO CHAVES, secretário-adjunto de Ensino Superior do Estado (São Paulo, SP)

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