|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELIANE CANTANHÊDE
Redescobrindo o Brasil
ESTOCOLMO - O mundo demorou, mas finalmente descobriu o
Brasil, país com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, 190 milhões
de habitantes, economia pujante e
emergente e que passou por FHC
("Mr. Cardoso"), com sua visão estratégica e charme intelectual, e
chegou a Lula, com sua impactante
biografia e desenvoltura política.
Essas condições, já muito boas,
estão sendo potencializadas por
três circunstâncias:
1) Itália, Alemanha e Suécia são
bons exemplos de como o resto da
Europa corre atrás do prejuízo, depois que a tal "aliança estratégica"
já rendeu negócios de R$ 22 bi para
a França e pode render ainda mais
uns R$ 10 bi na área de defesa;
2) Japão e Coreia do Sul trazem
caravanas de empresários, tentando convencer governo e correspondentes brasileiros de que a Ásia vai
além da China, que está por toda a
parte, agressivamente;
3) E todos, França, Itália, Alemanha, Espanha, Suécia, Japão, China,
Coreia e EUA, miram a Copa de
2014 e a Olimpíada de 2016. Serão
bilhões em estádios, indústria hoteleira, comunicações, ônibus, metrôs, trens, segurança, limpeza.
Nessa corrida, intensificam-se o
marketing e o foco na tradição de
relações comerciais e culturais. O
ministro do Exterior da Alemanha,
Guido Westerwelle, está hoje em
Brasília com o trunfo de que o
maior comércio do Brasil na Europa é com os alemães. O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, que está enrolado com a política
interna e já adiou duas vezes a sua
viagem, invoca a fortíssima colônia
italiana em São Paulo e no Sul. Os
reis da Suécia, Carl Gustaf e Sílvia,
chegam no dia 21 lembrando a origem brasileira dela e as mais de 200
grandes empresas suecas que já investem no Brasil há décadas.
É a lei do mercado: quanto mais
disputam o Brasil, mais o Brasil pode barganhar preços, condições e
contrapartidas. Se conseguir superar a corrupção e a miséria, melhor
ainda. Mas isso vai demorar...
elianec@uol.com.br
Texto Anterior: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: Tremor e temor no Chile Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Caindo as fichas Índice
|