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BAIXA EXPECTATIVA
Pesquisas realizadas pela Fiesp
no mês de março demonstram
que a maioria dos empresários da indústria mantém os planos de investimento que delineava em dezembro
passado, quando muitos viam perspectivas mais firmes de retomada da
atividade econômica em 2004. Os resultados mostram, porém, acentuada reversão das expectativas de que
os investimentos acabariam sendo
maiores ao longo do ano do que o
planejado. Em dezembro, 58% das
indústrias imaginavam que iriam rever para cima suas intenções de investir. Em março, apenas 34% ainda
acreditavam que farão mais investimentos do que o previsto.
Segundo os dados colhidos pela
Fiesp, a indústria credita as principais dificuldades para concretizar os
planos de crescimento aos problemas do mercado interno. Em março,
75% apontavam as incertezas domésticas como o principal fator que
poderia impedir o investimento
-contra 57% que pensavam da
mesma forma em dezembro.
As palavras de confiança das autoridades econômicas têm sido acompanhadas com certa ansiedade pelo
setor produtivo, que apostava num
ritmo mais acelerado da queda dos
juros e da recuperação da economia
no início do ano. Não foi o que aconteceu. E os indicadores anunciados
ontem pelo IBGE confirmam que a
retomada vai ocorrendo de forma
bastante lenta e desigual: a produção
industrial recuou 1,8% em fevereiro
na comparação com janeiro.
Os responsáveis pelo levantamento
afirmam que, ao comparar o início
deste ano com o último trimestre do
ano passado, "há uma clara perda de
fôlego". A queda na produção foi generalizada, tendo atingido 15 das 23
atividades pesquisadas pelo IBGE. A
categoria de bens de consumo duráveis foi a que apresentou redução
mais forte, de 5,4%. Já a de bens de
capital caiu 2,4%.
Os indicadores sugerem que estão
mais próximos da realidade aqueles
que já trocaram as ilusões de um "espetáculo" do crescimento em 2004
pela esperança de um reaquecimento
não mais do que discreto.
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