São Paulo, quinta-feira, 09 de maio de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES PMDB livre de coligação
ORESTES QUÉRCIA
Atrelar o PMDB ao atual governo é falta grave. Há oito anos o Brasil era a oitava economia mundial. Hoje, ocupa, nessa mesma lista, o 11º lugar. Quem assiste na televisão às campanhas publicitárias do governo tem a impressão de que o Brasil melhorou. Mas isso é apenas ilusão do marketing caríssimo, fabricado a serviço da impostura. Para comprovar, basta sair às ruas e falar com o povo, com os empresários e trabalhadores responsáveis pela produção nacional. O PMDB acredita em liberdade. Acredita na competência, no trabalho e na visão de um mundo mais humano, mais justo e na mobilização da sociedade em torno de um projeto para o Brasil cuja ênfase é o seu crescimento. É preciso deixar de ignorar a exclusão social. É preciso parar de minimizar a violência cotidiana e as dificuldades materiais da vida. É preciso reconquistar o desenvolvimento de cabeça erguida. Resta ao PMDB, diante desse quadro, entrar na luta, com o suporte das lideranças mais responsáveis do partido em todo o país, incluindo o apoio decisivo do ex-presidente José Sarney, e rejeitar, na convenção de junho, a inconveniente coligação com o partido do governo. O PMDB deve, portanto, deixar livres os seus diretórios em benefício de sua atuação em cada Estado. Não podemos correr o risco de ligar nosso partido a esse quadro indesejável, danoso aos interesses nacionais a que nos levou o governo FHC. Quadro que todos nós, brasileiros, precisamos corrigir. O Brasil sempre cresceu, quando não tinha à frente dos seus destinos tecnocratas sem pátria e alheios aos interesses da nação. A história do PMDB lhe impõe grandes responsabilidades. Entre elas, a de lutar para recolocar o Brasil no caminho do crescimento, em que o desenvolvimento seja a tônica e gere prosperidade para todos os brasileiros. Orestes Quércia, 63, presidente do PMDB de São Paulo, foi governador do Estado (1987-91), presidente nacional do PMDB (1991-93), senador pelo MDB de São Paulo (1975-83) e candidato à Presidência da República em 1994. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Alberto Silva Franco: O macaco e o peixe Índice |
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