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SINAIS DE DESACELERAÇÃO
Após dois meses de queda, a
produção industrial brasileira
registrou alta de 1,5% em março na
comparação com fevereiro, segundo
o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No primeiro trimestre, a taxa de crescimento foi de
3,9% em relação aos três primeiros
meses de 2004. Assim, o setor industrial vem apresentando resultados
positivos há seis trimestres consecutivos, mas numa trajetória de desaceleração do ritmo de crescimento.
A comparação com os trimestres
imediatamente anteriores revela que,
desde julho do ano passado, as taxas
de expansão da indústria foram positivas, mas decrescentes: 3% no período abril-junho, 2,2% nos meses
de julho-setembro, 0,5% em outubro-dezembro e 0,2% nos primeiros
três meses de 2005.
Esses sinais de desaquecimento da
produção industrial são corroborados por outros indicadores. Os pedidos de empréstimos ao BNDES para
novos investimentos e os dados da
produção de máquinas e equipamentos também mostraram tendência de retração. A deterioração das
perspectivas de demanda interna,
com a alta dos juros e a volatilidade
da taxa de câmbio, que repercute na
rentabilidade dos exportadores, faz
com que os empresários adiem suas
decisões de investimento.
Infelizmente, esses processos estão ocorrendo em um momento em
que as empresas estariam relativamente aptas para desencadear um
novo ciclo de expansão. Segundo estudo do Iedi, com 112 grandes empresas industriais, houve uma melhora no perfil de endividamento
(queda da dívida de curto prazo),
bem como um aumento na rentabilidade. Esses resultados foram obtidos com a recuperação da demanda
doméstica e a ampliação das exportações durante o ano de 2004.
O aperto da política monetária,
contudo, sem obter os resultados esperados na contenção das pressões
inflacionárias, contribui para a desaceleração da atividade, correndo o
risco de abortar uma possível trajetória virtuosa de ampliação da capacidade produtiva no país.
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