São Paulo, segunda-feira, 09 de maio de 2005

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SINAIS DE DESACELERAÇÃO

Após dois meses de queda, a produção industrial brasileira registrou alta de 1,5% em março na comparação com fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No primeiro trimestre, a taxa de crescimento foi de 3,9% em relação aos três primeiros meses de 2004. Assim, o setor industrial vem apresentando resultados positivos há seis trimestres consecutivos, mas numa trajetória de desaceleração do ritmo de crescimento.
A comparação com os trimestres imediatamente anteriores revela que, desde julho do ano passado, as taxas de expansão da indústria foram positivas, mas decrescentes: 3% no período abril-junho, 2,2% nos meses de julho-setembro, 0,5% em outubro-dezembro e 0,2% nos primeiros três meses de 2005.
Esses sinais de desaquecimento da produção industrial são corroborados por outros indicadores. Os pedidos de empréstimos ao BNDES para novos investimentos e os dados da produção de máquinas e equipamentos também mostraram tendência de retração. A deterioração das perspectivas de demanda interna, com a alta dos juros e a volatilidade da taxa de câmbio, que repercute na rentabilidade dos exportadores, faz com que os empresários adiem suas decisões de investimento.
Infelizmente, esses processos estão ocorrendo em um momento em que as empresas estariam relativamente aptas para desencadear um novo ciclo de expansão. Segundo estudo do Iedi, com 112 grandes empresas industriais, houve uma melhora no perfil de endividamento (queda da dívida de curto prazo), bem como um aumento na rentabilidade. Esses resultados foram obtidos com a recuperação da demanda doméstica e a ampliação das exportações durante o ano de 2004.
O aperto da política monetária, contudo, sem obter os resultados esperados na contenção das pressões inflacionárias, contribui para a desaceleração da atividade, correndo o risco de abortar uma possível trajetória virtuosa de ampliação da capacidade produtiva no país.

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