São Paulo, quinta-feira, 09 de junho de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Mensalão
"A estratégia do senhor Delúbio Soares de abrir seu sigilo bancário e fiscal é para tapear quem? Ninguém o acusa de embolsar nada. Em primeiro lugar está o fato ilícito de comprar o Congresso, o que já é crime. Em segundo lugar, o que nós, pobres mortais, queremos saber é: de onde veio o dinheiro do "mensalão'? Quem está financiando esse esquema? Onde está guardado o dinheiro? Que tal se o Partido dos Trabalhadores abrisse as suas contas?"
Gladis Henne Eboli (São Paulo, SP)

 

"O ministro das Cidades, Olívio Dutra, diz que o governo "paga" pelas más companhias a que foi forçado a se aliar. Faltou ele dizer que "paga muito", afinal R$ 30 mil por mês dá para alimentar 600 pessoas pelo programa Fome Zero. O que queremos saber, senhor ministro, é de onde vem esse dinheiro."
Hermínio Silva Júnior (São Paulo, SP)

 

"Não há mais nenhuma dúvida de que o Brasil precisa de uma profunda reforma política. O Poder Executivo, em seus níveis federal, estadual e municipal, não conseguindo maiorias em suas instâncias legislativas, para poder governar, transforma-as em balcões de negócios, onde apoios são comprados com verba pública. Esse mesmo Poder Executivo, detentor da caneta para a nomeação dos cargos públicos, utiliza-os como moeda de barganha, favorecendo a gestão incompetente da coisa pública, em que princípios partidários são obra de ficção. No Brasil, a frase do grande humorista Groucho Marx continua atual como nunca: "Se você não gosta dos meus princípios, eu posso trocá-los". Por outro lado, campanhas eleitorais são financiadas por interesses privados, que serão obviamente priorizados em detrimento do atendimento à maioria dos eleitores. É impostergável, pois, que se inicie de imediato uma reforma política ampla e séria digna desse nome."
Clóvis Céspedes Granados (São Bernardo do Campo, SP)

 

"As instituições brasileiras realmente estão podres. O linguajar do presidente do PT é como se ele ainda estivesse tratando de guerrilha. Não se fala em investigar as denúncias, mas em trocar uma sujeira por outra. O fato existe. Resta saber quem dará mais para calar ou para abrir a boca de quem sabe das maracutaias que envolvem o PT, seus dirigentes, seus comparsas e o presidente da República, que, salvo melhor juízo, ou é leniente ou é o bobo da corte. São ou não são farinha de um mesmo saco?"
João Israel Neiva (Belo Horizonte, MG)

 

"Pelo que afirmou o deputado Roberto Jefferson, Delúbio Soares, o tesoureiro do PT, criou um novo Bolsa-Família. Resta ao povo brasileiro esperar que as famílias beneficiadas com esse novo "programa social" sejam reveladas, mas, pelo que vimos e ouvimos até agora, se o Delúbio enviou a "verba", ninguém a recebeu."
Simão Pedro Marinho (Belo Horizonte, MG)

 

"Não posso deixar passar sem reparo a afirmação do editorial "A política como negócio" (Opinião, 8/6) de que "não há muita diferença entre o "mensalão" de hoje e a compra de votos para aprovar a emenda da reeleição em 1997". Pelos indícios aparecidos até agora, o "mensalão" seria parte de uma ampla rede de corrupção com ramificações no Executivo, no Legislativo e em partidos de sustentação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do PTB acusa o tesoureiro do PT de integrar essa rede. A denúncia que o deputado Roberto Jefferson tornou pública na entrevista à Folha foi feita antes em privado a vários ministros e ao presidente da República. Ninguém acusou membro nenhum do governo anterior nem do PSDB por nada remotamente parecido. As extensivas investigações do Ministério Público e da imprensa sobre a suposta compra de votos para a emenda da reeleição não encontraram qualquer elemento material ou testemunhal que apoiasse as especulações e as insinuações a esse respeito. Sou testemunha de que a orientação transmitida aos que cuidaram do preenchimento de cargos no governo Fernando Henrique Cardoso foi a de não abrir mão de requisitos de competência e de honestidade na seleção dos candidatos. Pessoas indicadas foram recusadas por se julgar que lhes faltavam tais requisitos. O esforço pela profissionalização do serviço público foi constante. O Estado saiu de grandes áreas, como telecomunicações, tradicionalmente sujeitas à manipulação política. Ampliaram-se os cargos privativos de servidores de carreira selecionados por critérios profissionais e processos transparentes, como ocorreu no Incra e no INSS. Desconhecer a diferença entre as duas situações é injusto e prejudica a contribuição -de resto notável- da Folha para a formação de opinião bem informada sobre fatos políticos tão graves."
Eduardo Graeff, ex-secretário-geral da Presidência da República no governo Fernando Henrique Cardoso (Brasília, DF)

Terra
"O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) esclarece o sobretítulo da reportagem "CPI aponta irregularidade em operação de R$ 2,1 mi do MST" (Brasil, 3/6), em que se afirmou que "movimentações não eram declaradas à Receita Federal". Diferentemente do que foi informado, o MST não teve nenhuma operação irregular apontada pela CPI. Mesmo porque não era o MST o alvo das investigações, mas, sim, as cooperativas a ele ligadas -Anca e Concrab, como a própria jornalista esclarece no texto."
Gustavo Garde, assessoria de imprensa da Secretaria Nacional do MST (São Paulo, SP)

Obras no Tietê
"É lamentável a atitude da Folha de insistir numa afirmação que é desmentida em sua própria reportagem. Na edição de 7/6, a Folha informa que o Japan Bank, principal financiador da ampliação da calha do rio Tietê, não aceitaria reajustes em contratos de obras superiores a 25%. E não houve, como a Folha admite, reajuste em contratos de obras superior a 25%. Vejamos: o lote 1 teve aditivo de 19,93%; o lote 2 teve aditivo de 12,51%; o lote 3 teve aditivo de 19,92%; o lote 4 teve aditivo de 11,42% e o lote 5 vai terminar com custo menor do que o previsto. Sobre o custo total da obra, os aditivos não chegam a 19%. Estão dentro do que prevê a lei (25%) e se justificam pelo aumento das quantidades e pelo atraso na obra, decorrente de disputas judiciais. Mesmo informada de todos os dados, a Folha insiste no erro de confundir o contrato de gerenciamento da obra, cujo valor corresponde a 3% do investimento realizado, com os contratos das obras em si. Como foi exaustivamente explicado à Folha, o Japan Bank fez, por escrito, a recomendação de que, para a segunda fase da obra, fosse feita a contratação direta das mesmas empresas que haviam feito o projeto e o gerenciamento da primeira fase uma vez que elas tinham conseguido excelente performance e que as obras tinham terminado no prazo e foram feitas por preço menor do que o previsto." Roger Ferreira, secretário de Comunicação do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Alencar Izidoro - O missivista tenta, mais uma vez, confundir o leitor. A reportagem deixa absolutamente claro que o contrato que teve aditivo de 148% é o de apoio ao gerenciamento da obra -que faz parte do pacote negociado com o Japan Bank, a ponto de o próprio governo alegar que não fez licitação (procedimento julgado irregular pelo TCE) por recomendação do banco japonês.


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