São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES A seleção do social
MILÚ VILLELA
O bravo capitão sabe que há, entre os milhares de crianças brasileiras, talentos que nunca terão a chance de se revelar ao mundo. Cafu é um vitorioso no esporte e na vida. Escapou da exclusão para brilhar e alegrar torcedores de todas as origens com seu futebol-arte. Nem todos os garotos terão a sua sorte, se não agirmos coletivamente para resgatar a cidadania e prover os recursos necessários para que o nosso capital humano tenha acesso às condições mínimas de desenvolvimento. Aquela camiseta que homenageia o sofrido Jardim Irene e o gesto de Ronaldinho deram um recado claro para todos nós. Os pentacampeões, que acompanhamos incansavelmente ao longo do último mês de junho, em madrugadas sofridas na frente da TV, fizeram uma convocação pública para que o brasileiro faça a sua parte e não dê as costas à dura realidade que marca o nosso país. A vitória brasileira, como já assinalou a imprensa, fez com que as empresas retomassem os investimentos publicitários, dando um pouco mais de ânimo à economia. O comércio também ganhou um novo fôlego e o otimismo deu o ar da graça. Poderíamos aproveitar o momento para também nos inspirarmos na solidariedade dos nossos guerreiros da bola. Precisamos aumentar os investimentos das empresas em projetos sociais, precisamos doar mais tempo e talento para transformar o país com ações voluntárias e ações estruturadas de responsabilidade social. O momento é oportuno também, já que estamos em plena corrida eleitoral, para discutirmos o futuro que queremos dar ao país. Vamos fazer como Ronaldinho e Cafu. Vamos colocar o individualismo e a desesperança na marca do pênalti. Milú Villela, 55, empresária, é presidente do Faça Parte - Instituto Brasil Voluntário, do MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) e do Instituto Itaú Cultural. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: James Louis Cavallaro e Isabel Peres: Campanha para inglês ver Índice |
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