São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Globo
"No fim da tarde de 1º/7, fomos procurados pela Folha para nos manifestarmos sobre o processo judicial a respeito da transferência do controle acionário da Rádio TV Paulista. Em particular sobre o laudo expedido pelo Instituto Del Picchia acerca de documentos (procurações e subestabelecimentos) utilizados na transferência. No dia seguinte, encaminhamos nota de esclarecimento sobre a análise do Instituto Del Picchia. Dizia a nota: Os advogados da TV Globo solicitarão, no começo desta semana, que seja anexado aos autos do processo sobre a transferência do controle acionário da Rádio TV Paulista o parecer técnico do perito documentoscópico Antônio Nunes da Silva, ex-diretor e ex-chefe do Serviço de Documentoscopia do Instituto Carlos Éboli. O parecer de Antônio Nunes atesta a veracidade de oito documentos relativos à transferência do controle acionário da empresa, o que contradiz laudo expedido pelo Instituto Del Picchia a pedido dos herdeiros de Oswaldo Junqueira Ortiz Monteiro. Segundo o perito, os oito documentos "correspondem aos fatos que geraram os mesmos" e são autênticos. Tanto o parecer do Instituto Del Picchia quanto o do perito Antônio Nunes da Silva não são laudos judiciais e foram requisitados de maneira independente pelas partes envolvidas no processo judicial. Ao tomarmos conhecimento da reportagem "Globo é acusada de fraudar papéis em compra de TV" (Dinheiro, pág. B6, 5/7), só pudemos concluir que houve uma espécie de jornalismo pela metade, uma vez que o jornal ouviu o outro lado da notícia -como manda a boa regra- e obteve todas as informações solicitadas, mas, estranhamente, optou por não publicá-las, baseando a reportagem apenas no laudo expedido pelo Instituto Del Picchia, que, ressalte-se novamente, foi elaborado a pedido de uma das partes envolvidas no processo judicial. Lamentamos a maneira pela qual foi conduzida a reportagem e solicitamos a publicação desta carta de esclarecimento em nome do bom jornalismo e em respeito aos leitores desse jornal."
Luis Erlanger, diretor Central Globo de Comunicação (Rio de Janeiro, RJ)

Interação
"A interação de pessoas comuns com representantes ajudaria a dar mais qualidade ao Brasil. A política também precisa de mais qualidade no sentido da ética e da coerência. Agora, de novo a história da crise. E Pedro Malan falava, há poucos dias, que estes oito anos serviram para a implantação das "bases estruturais". Que bases foram essas? Todo desempenho se restringe aos marqueteiros. Eles são os únicos componentes de vitória ou de derrota. O parlamentar não se tem manifestado -nem por meio de seus representantes. Ele pode discordar das manifestações populares, mas não tem o direito de ignorá-las."
Pedro Cardoso da Costa (São Paulo, SP)

Trocos
"Gostaria de cumprimentar Josias de Souza pelo brilhante artigo "Lula, o troco e o bom ladrão de Vieira" (Brasil, pág. A11, 7/7), sobre o infeliz comentário de Lula sobre os "trocos" de Santo André. E a comparação com o "bom ladrão" de Vieira foi antológica. Muito obrigado por transformar em letras impressas a minha indignação de brasileiro."
Joel Samways, procurador do Estado do Paraná (Curitiba, PR)

"O rigoroso Josias de Souza, que não perdoou a brincadeira de Lula quando este afirmou serem troco em relação à corrupção federal os supostos R$ 40 mil que teriam sido destinados a integrantes da Prefeitura de Santo André, não é o mesmo Josias que utilizou veículo do Incra para fazer reportagem-denúncia contra o MST? Ao se defender na época, o colunista não foi tão rigoroso consigo próprio.
Washington Luiz de Araújo (São Paulo, SP)

Ambiente
"Utilíssimo o caderno de domingo passado sobre os presidenciáveis ("Eleições 2002 - Os candidatos - Presidente'). Um aspecto preocupante é o fato de questões ambientais não constarem do programa de nenhum deles. Faz pensar que ou o brasileiro está pouco se lixando para esse item, ou os candidatos têm compromissos com os agressores ambientais, ou ambos. Aparentemente todos eles querem manter obscuro o Ministério do Meio Ambiente, assim como ocorre no governo atual."
Laurival Antonio De Luca Júnior (Araraquara, SP)

PT
"Em referência às informações incorretas publicadas ontem na seção "Painel" (Brasil, pág. A4), peço que seja devidamente esclarecido que o prefeito Edmilson Rodrigues só não é o candidato do PT ao governo do Pará -em que pese todo o apelo feito pelas direções nacional e estadual, incluindo aí lideranças como Lula e José Dirceu- porque optou, por decisão própria e pessoal, por permanecer à frente da Prefeitura de Belém. Sobre a candidatura de Avenzoar Arruda, na Paraíba, informo que o vice do PL não foi imposição de nenhuma instância do partido. A aliança foi defendida publicamente pelo próprio candidato -tanto no Encontro Estadual como no Encontro Nacional do PT."
Sílvio Pereira, secretário nacional de Organização do PT (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Rogério Gentile, editor do "Painel" - A coluna apenas registrou a posição da esquerda do PT, que acredita estar sendo sufocada pela cúpula. Edmilson Rodrigues, por exemplo, desistiu, segundo líderes da esquerda, ao perceber que não teria apoio real do partido.

Obras numeradas
"Achei estranho o artigo "Não quero fazer parte dessa turma", assinado por Caetano Veloso e publicado no dia 6 na Ilustrada (pág. E5), em que criticava o projeto de lei que trata da numeração de discos e livros. É indiscutível que o projeto ainda é imperfeito -em especial por exigir a assinatura do autor em cada cópia, o que pode ser vetado pelo presidente ao sancionar a lei. No entanto é lamentável a atitude do cantor, que ataca o projeto como um todo, apegando-se a detalhes pouco relevantes, como o fato de os discos serem ou não numerados nos EUA, ou quando afirma que a crescente pirataria torna o projeto inoportuno -como se a solução desse crime fosse a não-numeração dos CDs. Alguém da importância de Caetano Veloso não pode empenhar sua palavra junto a sua classe e depois voltar atrás, alegando que o fez por "carinho"."
Paul Jürgen Kelter (Porecatu, PR)



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