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Ninho de bactérias
ESTUDO da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgado pela Folha
mostra que infecções comuns
em UTIs e hospitais do país vêm
sendo tratadas com antibióticos
inadequados, devido ao fenômeno da resistência bacteriana.
Embora preocupante, a notícia não é uma novidade. A resistência de bactérias a antibióticos
é a prova viva de que a teoria da
evolução postulada por Charles
Darwin no século 19 está correta. De resto, quanto mais de ponta for uma UTI, maiores tendem
a ser suas dificuldades com microrganismos resistentes.
Um meio de enfrentar o problema é ampliar iniciativas como a da Anvisa de traçar o perfil
de resistência das bactérias, possibilitando ao médico entrar antes com a droga mais indicada.
Vale lembrar que o uso indiscriminado de antibióticos -em especial os de amplo espectro- é
um dos fatores que mais favorecem o surgimento da resistência.
O elenco de medidas possíveis
não pára aí. Alguns hospitais já
exigem que o médico justifique
em formulário específico a escolha de determinada droga. Ela só
será ministrada se a comissão de
controle de infecção da instituição aprovar a conduta.
Também seria interessante
voltar a utilizar antibióticos antigos. Como a manutenção da resistência implica um custo energético para as bactérias, ela não
costuma ser mantida por muitas
gerações. Drogas que deixaram
de funcionar podem voltar a fazê-lo a melhor preço do que o
dos novos fármacos promovidos
pelos laboratórios -política comercial de assédio aos médicos
que também favorece o uso inadequado de antibióticos.
Essas são apenas algumas das
várias medidas documentadas
na literatura. Só que todas elas
perdem muito da eficiência porque profissionais de saúde muitas vezes ainda descuidam do básico, como a necessidade de lavar bem as mãos antes e depois
de atender cada paciente.
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