São Paulo, quinta-feira, 09 de setembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Vereança
"O Brasil só terá chances de melhorar suas desigualdades sociais quando seus municípios se tornarem fortes. Para isso, além de elegermos um bom prefeito, é necessário e muito importante melhorarmos a qualidade dos componentes das futuras Câmaras Municipais. Por que se dá tanto espaço aos postulantes ao cargo de prefeito e não se informa quase nada sobre os candidatos a vereador? Quem são eles? O que pretendem? O que fizeram aqueles que tentam agora a reeleição? Melhorar a qualidade das Câmaras de Vereadores na primeira eleição municipal do século seria como um facho de luz no fim do túnel. Estou pedindo demais?"
José Carlos Pereira (Indaiatuba, SP)

Inimigos para quê?
"Assistir ao horário político obrigatório pode ser muito instrutivo. Por meio dele podemos confirmar a mediocridade e a impostura dos políticos, dos partidos e dos marqueteiros. Refiro-me à propaganda do PSDB, na qual o senhor governador Geraldo Alckmin diz que "trabalha bem é com o Serra", e à do PT, na qual o senador Aloizio Mercadante afirma que o "governo federal trabalha bem é com a Marta". Parece que nossos políticos não sabem que os governantes têm, em primeiro lugar, a obrigação de respeitar a vontade dos cidadãos que os elegem como seus representantes -e não importa quem seja ou de que partido seja. Em segundo lugar, têm a obrigação de trabalhar bem no interesse dos cidadãos, da comunidade, do Estado, do país. Mas o que continuamos a ver é que prevalecem políticos e partidos que governam para os amigos e apaniguados. Exemplos como esse só atestam o que todos já sabemos: partidos e políticos são todos farinha do mesmo saco. Não temos escolha. É por essas e por outras que perdi a esperança de ver o Brasil sair do atoleiro em que esses mesmos políticos nos colocaram. Quem tem representantes assim não precisa de inimigos."
Claudete Duarte Novaes (São Bernardo do Campo, SP)

Quem te viu.......
"Quando o PT não tinha recursos nem poder, levava para seus comícios e shows artistas que, na visão do partido, lhes traziam crédito, respeito e prestígio junto à sociedade. Em troca, esses artistas recebiam por vezes um auxílio transporte e por outras um cachê simbólico. E na maioria das vezes não recebiam nada, pois se identificavam com a causa petista, como sempre foi o meu caso. Hoje, com os cofres cheios do poder, os jornais anunciam: "PT fecha megapacote de shows, num valor que ultrapassa R$ 2 milhões somente a título de cachês" ("PT fecha megapacote de shows eleitorais", Brasil, 4/9). Realmente o poder é enriquecedor. SOS, companheiros!"
Zé Geraldo, cantor e compositor (São Paulo, SP)

Independência
"Abri a Folha ontem, 8 de setembro, querendo ver como foram as comemorações em Brasília . Para quê? Ora, é o meu país, é o Sete de Setembro, Dia da Independência. Mas qual não foi minha surpresa. No alto da Primeira Página, só manifestação na Rússia. Ótimo, importantíssimo! Temos de ver, de ouvir e de falar do terror que aconteceu lá. Mas continuei procurando fotos pra ver as 60 mil pessoas que, segundo a própria Folha informou numa legenda na parte de baixo do jornal, estavam nas comemorações da nossa independência. E onde estavam as fotos? Dentro só havia foto aberta do Lula com os militares. A Folha tem interesse em esconder a popularidade do presidente Lula? Pareceu-me que sim. E, oficial por oficial, a manifestação russa também foi estimulada pelo governo de lá."
Maria Ester M. Rabello (São Paulo, SP)

Família
"Li na Folha Online a reportagem "Pesquisa mede a influência da família no desempenho escolar". Gostaria de reforçar a importância que tem uma família bem estruturada e que acompanha efetivamente o crescimento físico, intelectual e espiritual de seus filhos. Esse dever não pode ser delegado, faz parte do papel do pai e da mãe. Filhos acompanhados e suportados por seus pais amadurecem e, no futuro, tornam-se bons profissionais. Parabenizo esse tipo de pesquisa."
Ricardo V. Sacchi, psicólogo (São Paulo, SP)

Um por um
"O Brasil bate recordes de produção e de exportação de carros, porém em vários Estados a poluição continua matando e deixando a população num clima irrespirável, com índices elevados de ozônio. Será que o preço do desenvolvimento tornará a vida tão sofrida nos centros urbanos a ponto de sacrificarmos crianças e idosos que precisam constantemente ficar alertas e ser atendidas nos prontos-socorros para receberem oxigênio? É inadiável uma discussão ampla sobre o trânsito que beneficie a coletividade. Em pouco tempo, atingiremos a marca inimaginável de um carro para cada cidadão."
Yvette Kfouri Abrão (São Paulo, SP)

Energia
"Em relação à reportagem "Consumo de energia industrial cresce mais que PIB" (Dinheiro, 6/9), a CPFL Paulista esclarece que, por equívoco nos dados fornecidos pela empresa, as informações publicadas no quadro "O aumento do consumo de energia" relativas ao "crescimento total do mercado no primeiro semestre" e ao "crescimento do mercado industrial no primeiro semestre" não incluíam o consumo de consumidores livres. Se considerado esse segmento, o crescimento total do mercado da CPFL Paulista no primeiro semestre passa a ser de 5,1% (e não 3,1%) e o crescimento do mercado industrial, também no primeiro semestre deste ano, passa a ser de 7,2% -e não de 4,0%".
Wilson Ferreira Júnior, presidente da CPFL (Campinas, SP)

Moradores de rua
"Manifesto minha perplexidade com algumas propostas para a população em situação de rua de candidatos à Prefeitura de São Paulo (Cotidiano, 3/9). Serra e Erundina propuseram o que já é feito. A Central de Atendimento Permanente atende 24 horas pelos telefones 0800-7713013 e 3392-6571. Conta com 40 agentes munidos de rádios transmissores, que se deslocam para o endereço solicitado e transportam a pessoa que está na rua para um albergue. São acolhidas e albergadas 450 pessoas dia/noite e atendidos 700 telefonemas/dia/noite. No centro da cidade, 96 educadores treinados trabalham das 8h às 22h em abordagem de rua. Em período noturno, rondas com as Vans-Acolhe percorrem os locais de freqüência dessa população. Paulo Maluf, em 1995, vetou a lei de direitos da população em situação de rua. Os vereadores a sancionaram em 1997 (nš 32.316/97). A prefeita Marta Suplicy a regulamentou como primeiro ato de governo (decreto 40.232/01). O Conselho de Monitoramento dessas ações é composto por ex-pessoas de rua, empresários, representantes do governo e especialistas, como o monsenhor Julio Lancelotti. Os 35 albergues municipais e os 26 núcleos de convívio são porta de entrada. Para as saídas, já existem 90 moradias provisórias, 10% das vagas de locação social e nove oficinas de trabalho, além do Projeto Oficina Boracea. O custeio da atenção a essa população em 2004 é de R$ 33,4 milhões."
Aldaíza Sposati, secretária municipal de Assistência Social (São Paulo, SP)

Lixeira urbana
"Infelizmente, os candidatos a prefeito e, principalmente, a vereador transformam nossa cidade, Curitiba, numa lixeira urbana. Vale tudo quando querem ser bem remunerados e ter muitas mordomias por quatro anos. O cidadão brasileiro e curitibano merece respeito. Merece viver e ser tratado com dignidade e solidarismo."
Célio Borba (Curitiba, PR)


Texto Anterior: Mauro Osorio da Silva: Sobre a crise carioca e fluminense
Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.