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GARGALOS DA EXPORTAÇÃO
O crescimento brasileiro enfrenta
um problema central: falta de financiamento. A bolha gerada pelo Plano
Real só teve sustentação enquanto
havia financiamento externo.
A questão se complica porque,
crescendo, aumentam as necessidades de importação. E um país só consegue importar mais com financiamento externo se mostrar que também é capaz de gerar receitas em
moeda forte, em dólares, que ajudem
a pagar a dívida externa.
O desempenho exportador é crucial
mesmo para os investidores, cujos
dólares ajudam a financiar o país (via
privatizações, aquisições, novas fábricas). Afinal, o investidor vem com
a expectativa de remeter lucros e dividendos, em dólares também.
Para exportar mais, além de fatores
de mercado como os preços externos
ou a dinâmica dos mercados mundiais, falta infra-estrutura adequada.
São gargalos conhecidos como
"custo Brasil". Um levantamento recente conduzido pela Câmara Americana de Comércio de São Paulo, em
parceria com a Fundação Getúlio
Vargas, deu precisão ao diagnóstico.
O resultado desse levantamento é
surpreendente. Mais que os custos de
transporte, o peso dos impostos ou a
falta de qualidade dos produtos, as
empresas apontaram como principal
obstáculo o desembaraço aduaneiro.
Em uma palavra, o problema é a
burocracia, da liberação de cargas às
restrições de horários de operação da
alfândega, passando pelo papelório
tão ao gosto dos fiscais.
Enfrentá-las não exige grandes investimentos em infra-estrutura, apenas vontade política e conhecimentos básicos de logística.
Segundo a pesquisa, o Brasil poderia exportar US$ 25 bilhões a mais,
por ano, e reduzir de 124 para 61 dias
o prazo médio de cada exportação.
Não se trata apenas de um detalhe
comercial. Enfrentar esses problemas e resistências burocráticas é essencial para permitir que o país venha a crescer mais, ampliando a disponibilidade de financiamento externo sustentável e saudável.
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