São Paulo, Quinta-feira, 09 de Setembro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Novos e velhos ministros

"É uma piada o sr. ex-ministro Clóvis Carvalho fazer grosserias ao afirmar que não é mais homem público e, por isso, não deve satisfações a ninguém. Deve sim! Deve explicar viagens em aviões executivos da FAB, pagos pelos sofridos contribuintes. Aliás, deve explicar a sua última e derradeira viagem, pois já havia deixado o cargo de ministro e, como todos os mortais do país, deveria usar avião de carreira! Espero, como milhões de brasileiros, que a Procuradoria da República faça justiça, obrigando esse cidadão a ressarcir os cofres públicos."
Ricardo Resende (São Paulo, SP)

"Da série "perguntar não ofende': qual foi a grande realização do Ministério do Desenvolvimento, que já está em seu terceiro cacique?"
Reynaldo Farah Junior (São Paulo, SP)

Sentimentos extremos

"O senador Pedro Simon é mestre em dar bom dia a cavalos e acaba de o desejar a uma tropa inteira, quando afirma que as empreiteiras são um dos setores mais odiados no país. Informe-se melhor, senador, sobre qual instituição o povo odeia mais."
Ricardo Molinar Henrique (Uberaba, MG)


Dia da Independência

"Falo em nome de um grupo de pessoas que se viram indignadas: na maior data para o Brasil, a televisão brasileira trocou nosso desfile por desenhos idiotas em sua programação.
Vai aqui nosso repúdio e indignação diante de tanta falta de civismo do Brasil. Perdemos a oportunidade de nos fazer mais orgulhosos. A programação comercial foi de desenhos norte-americanos, cujo povo festeja e prestigia muito o seu Quatro de Julho. Talvez por isso ainda tenhamos muito o que aprender."
Antonio Monteiro (São Paulo, SP)

Timor Leste

"A coluna de Rui Nogueira intitulada "Os gorilas da ONU" (Opinião, 8/9, pág. 1-2) coloca claramente um problema que o movimento pela independência de Timor Leste havia denunciado há muito tempo: o exército da Indonésia, responsável pela morte de um terço da população timorense, nunca poderia garantir a segurança na região. Mesmo assim, os timorenses confiaram na ONU. Mais de 90% dos eleitores compareceram à votação somente para, horas depois, presenciarem o retorno da violência generalizada. A ONU nunca reconheceu oficialmente a legitimidade da ocupação de Timor Leste pela Indonésia. Por que, então, espera permissão do governo indonésio para enviar forças de paz?"
Maisa Mendonça (San Francisco, Califórnia, EUA)

Febem

"Os menores internos da Febem devem ser muito ingratos, já que constantemente fogem ou depredam as instalações maravilhosas dessa fantástica instituição, pelo menos na opinião de seu ex-presidente Eduardo Roberto Domingues da Silva.
Aliás, os auxiliares do sr. Mário Covas agem exatamente como o chefe: criam um mundo imaginário que só funciona bem na cabeça deles e ficam "nervosinhos" quando são colocados de frente com a realidade."
Teeve Rabinovici (São Paulo, SP)


Convite ou não

"A Folha está desafiada a relatar as circunstâncias em que o prefeito Celso Pitta "armou um convite de parlamentares do PL para entrar no partido", conforme afirma na nota "Apelação amadora 1" (Painel, 8/9). Enquanto não responder a questões elementares do bom jornalismo -perguntas do tipo onde, quando, como e com quem se deu a tal "armação'-, estaremos diante, mais uma vez, de uma campanha sórdida e discriminatória movida contra a pessoa de Celso Pitta, conforme se vê no "Contraponto", publicado na mesma seção. Em se tratando do prefeito de São Paulo, a Folha não se preocupa em rasgar todas as normas que apregoa em seu Manual de Redação. Está, pois, lançado o desafio para o jornal provar a veracidade das notícias que publica, a fim de não transformar o seu noticiário em mera "apelação amadora"."
Antenor Braido, secretário de Comunicação Social da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)
Resposta do editor do "Painel", Kennedy Alencar - O "convite" ocorreu sem conhecimento da direção nacional do PL, que já recusara uma sondagem de Pitta. O autor, Viviani Ferraz, é o vereador que articula interesses do prefeito na Câmara em troca do controle da Regional da Freguesia do Ó. Como Pitta também foi rejeitado por PMDB, PSB e PTB, Ferraz fez o "convite" para que o prefeito diga que escolheu um partido nanico porque quis e não por falta de alternativa. A "campanha sórdida e discriminatória" que o missivista vê virou a desculpa de plantão encontrada pela assessoria para encobrir a incompetência da gestão Pitta.

Articulação ou não

"Lamento e repilo a reportagem "Faria Lima e Feder articulam absolvição (de José Izar)" (Cotidiano, 2/9).
Lamento porque a Folha se baseou em declarações de vereadores não identificados na reportagem para lançar manchete sobre uma mentira; lamento porque, apesar de meu desmentido feito ao repórter Otávio Cabral, como consta no texto, o jornal preferiu dar crédito a fofocas.
Repilo porque não articulei pela absolvição do vereador José Izar e, como membro da comissão processante, votei pelo encaminhamento das denúncias ao plenário. Repilo porque nunca deixei de assumir o que faço e o que digo e não fico escudado no anonimato para assacar contra colegas."
Bruno Feder, vereador pelo PTB (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Otávio Cabral - Reafirmo que a articulação para a absolvição de José Izar (PFL) foi comandada pelos vereadores Bruno Feder (PTB) e Paulo Roberto Faria Lima (PMDB). A informação foi confirmada por pelo menos dez vereadores do bloco governista, que afirmaram ter sido procurados pelos dois, com pedidos para a mudança de voto.

Cony
"Quero expressar o gosto que tenho pelos artigos do sr. Carlos Heitor Cony. Gosto do jeito que ele escreve: o estilo, os temas abordados, suas críticas, sua maneira intelectual de tratar os assuntos cotidianos. É o primeiro artigo que leio quando abro a Folha."
José Luís Schamne (Londrina, PR)

Romário e FHC

"A propaganda política é regulada por lei específica que não está só restrita ao período eleitoral.
Romário cometeu infração que merece ser punida com o rigor da lei para que sirva de exemplo a outras pessoas de notoriedade e fama, a fim de que não se repita o episódio ilegal."
Luiz Fernando de Franciscis d'Ávila (Rio de Janeiro, RJ)

Reserva de vagas

"A exigência quantitativa de participação de alunos vindos de escolas públicas nas universidades públicas sem dúvida criaria injustiças individuais e distorções no desempenho dessas universidades. Mas, a longo prazo, nivelaria o campo de jogo em defesa dos menos privilegiados, forçaria a elevação da qualidade de ensino público secundário e cortaria as asas dos urubus vorazes explorando ensino particular nas condições de hoje."
Hanns J. Maier (Ubatuba, SP)


Texto Anterior: Romeu Tuma: Armas e autoridade

Próximo Texto: Erramos
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.