São Paulo, terça-feira, 09 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Ferréz X Huck
"A apologia da barbárie é um triste sinal de que o "mercado das crenças" continua a produzir ódios, pois quando se busca uma justificativa para a ação de bandidos abre-se espaços para a justificativa da ação de justiceiros. Triste Ferréz, que, em seu artigo ("Tendências/Debates", 8/10) apenas pende para um dos lados da balança em que se opõem pessoas odiosas, sem reconhecer que a esmagadora maioria da população se esforça para manter em equilíbrio a marcha da civilização."
RICARDO LEAL DE MELO (Belo Horizonte, MG)
 

"Após ler o artigo do rapper Ferréz, pude confirmar, mais uma vez, que uma das causas da grande violência das metrópoles brasileiras, além daquelas inútil e exaustivamente comentadas, é essa maldita mania de "humanizar" e "glamourizar" não só o ato delinqüente e marginal como a pessoa do marginal em si. O que o senhor Ferréz faz em seu artigo é justamente isso: ele transforma o violento marginal em um personagem cuja alma está repleta de condicionantes sociais e psicológicos onde sua ação segue o rumo do destino inexorável. O assaltante frio, cruel e disposto a tirar a vida do primeiro otário desavisado que cruzar seu caminho desaparece, e em seu lugar emerge uma figura emblemática sobre a qual não se pode depositar nenhuma culpa, mas, pelo contrário, é preciso visualizar a lástima de seu hipotético fim trágico, com a moto e o sangue sobre o asfalto. Quanto à vítima real e concreta, resta se felicitar pelo fim onde "todos saem ganhando"."
CARLOS ROBERTO MERLIN (Curitiba, PR)
 

"Há cerca de dois meses o sociólogo Alberto Carlos Almeida lançou um livro chamado "A cabeça do brasileiro". Fruto de pesquisa de opinião, o trabalho concluía, em linhas gerais, que a assim chamada elite brasileira era mais inclinada a atitudes éticas do que as classes mais baixas, tendendo a condenar, entre outras coisas, o roubo e a corrupção. Causou grande polêmica. Embora eu mesma como pesquisadora não tenha gostado do resultado, devo admitir que comportamentos como os de Mano Brown no "Roda Viva" (24/9) e de Ferréz na Folha de ontem apenas reforçam as conclusões da pesquisa. Enquanto os poucos que conseguem espaço para expressar as opiniões dos menos favorecidos continuarem vindo a público para defender a criminalidade, a ilegalidade, o roubo e a violência como forma de vida, os estereótipos negativos serão reforçados."
LUCIANA FARIA (São Paulo, SP)
 

"Não vejo em que o texto do sr. Ferréz publicado por este jornal contribui para o debate. Além de um amontoado de obviedades, ele aproxima-se perigosamente da apologia ao crime, tentando justificar socialmente a violência, um método aliás muito caro a um tipo de esquerda desmiolada. Se o motivo foi dar oportunidade ao "outro lado", acho lamentável que esse "outro lado" seja o lado do crime. Seguindo nessa toada, por que então não abrir as páginas do jornal para que pedófilos, traficantes ou exploradores de trabalho escravo também exponham seus "pontos de vista'? Em uma tentativa sensacionalista de causar polêmica, este jornal presta um enorme desserviço."
CLAUDIO JOSÉ ADAS (São Paulo, SP)
 

"Ao ler o artigo de Ferréz, fiquei pasma. Ele defende as atitudes dos bandidos por serem pobres e terem tido infância sofrida... As pessoas são honestas e têm bom caráter independentemente de serem pobres ou ricas. Parece que os criminosos já estão tão disseminados que não temos mais como nos defender deles. Nas cartas sobre o artigo de Luciano Huck, vemos muitos defendendo os criminosos e justificando seus erros. Fim dos tempos!"
ESTER GOMES DE OLIVEIRA (São Paulo, SP)
 

"Na agora luta de classes que se instituiu com o texto de Ferréz sobre o assalto a Luciano Huck, gostaria de propor uma terceira via. Fico incomodado quando qualquer um que tenha uma renda na casa das dezenas ou centenas de milhares de reais se revolte quando o resultado da desigualdade social bate à sua porta. Por que essa elite não aumenta os salários de seus empregados de acordo com os seus ganhos, e não de acordo com o "salário de mercado'? Por outro lado, eu, com 35 anos de periferia estou farto dessa apologia à bandidagem que alguns fazem. A imensa maioria dos moradores das "quebradas" não são manos, não fazem "correrias" e não roubam para sobreviver. Que haja distribuição de renda, não com os "bolsa-qualquer-coisa", e sim com a renda de quem tem, e que se puna a criminalidade e a apologia ao banditismo. Como fazer isso é o grande desafio. Essa burrice pseudo-esquerdista dá campo para o crescimento de uma direita raivosa no país."
JAIR DA SILVA SANTOS (São Paulo, SP)
 

"Acho que o desabafo do apresentador causou mais barulho do que mereceria, como causou o tal "Cansei". Estou curioso para ver se o mesmo acontecerá com o texto escrito por Ferréz, indiscutivelmente mais bem escrito e, na minha opinião, muito mais polêmico. Mas discordo de Fernando de Barros e Silva, que fala em "apologia ao crime". Entendi o final do texto mais como uma conclusão irônica e cínica, a exemplo do que constantemente vemos na TV e em outros meios em palavras de nossos políticos e governantes ao se defenderem (ou a seus "garupas'). Para mim, nosso Senado, Câmaras e Supremos têm feito muito mais apologia ao crime que o escritor."
FERNANDO A.B. COLUGNATI (São Paulo, SP)
 

"Olha, Ferréz, eu gosto muito de você, aliás gosto mais de você do que do Luciano Huck, mas devo admitir que com o seu artigo "Pensamentos de um "correria" você pisou feio na bola. Acho que até entendo qual foi a sua intenção (testar até onde vai o "socialismo" de alguns leitores da Folha), mas não há Rolex no mundo que valha uma vida, seja essa do "playboy" ou do "correria"."
FERNANDA RAQUEL ALVES (Jundiaí, SP)
 

"Péssimos. Tanto o artigo do Ferréz como o do Nelson Ascher são péssimos. O do Ferréz é de um raciocínio primário espantoso e o do Nelson Ascher é preconceituoso e provoca sono no segundo parágrafo. Todo mundo de esquerda é igual ao que o Ascher gostaria que fosse? Todo ladrão é um herói? Esses dois articulistas, só porque são chamados "escritores" podem escrever essas bobagens. Só por isso."
LAURO FREIRE DA SILVA (São Paulo, SP)

Choque de gestão
"Com relação à carta do leitor Adir Cláudio Campos ("Painel do Leitor", 8/10), informamos: em 2003, início do primeiro mandato do governador Aécio Neves, o pagamento dos servidores era realizado em escala e com um mês de atraso, o 13º salário não tinha data certa para ser quitado. Em janeiro de 2005, o pagamento foi regularizado e unificado no quinto dia útil do mês. Ao dividir a folha bruta do Executivo pelo total de servidores, temos a seguinte média salarial: setembro/03, folha bruta de R$ 517 milhões, média de R$ 1.250; setembro/07, folha de R$ 796 milhões, média de R$ 1.750. Reajuste médio de 40%, contra inflação de 24,92%."
HUGO TEIXEIRA, superintendente de Imprensa do Governo de Minas (Belo Horizonte, MG)

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br

Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman

Texto Anterior: Aldo Pereira: O imbróglio da infidelidade

Próximo Texto: Erramos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.