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VINICIUS MOTA
Sai ou não sai?
SÃO PAULO - O ex-governador
Geraldo Alckmin vai precisar de
muita acupuntura para tomar a decisão correta a respeito de seu futuro político em 2008. Da trinca de
ferro que desponta no Datafolha de
hoje, a situação do tucano é a que
mais inspira cuidados.
Gilberto Kassab pode prescindir
das agulhas. Opera na lógica da classe operária de Marx: não tem nada a
perder. A não ser a insignificância.
Com 10% de menções espontâneas,
aprovação alta, embalado pelo serrismo e sentado na máquina, só não
concorre à reeleição se for bobo. Parece que não é. Sua carreira dará um
salto definitivo com a disputa -seja
eleito ou não.
Marta Suplicy tampouco precisa
de sessões de relaxamento. Para gozo da sua militância, tende a manter
o cacife, entrando ou não na disputa. A máquina de apoio que implantou na periferia não dá mostra de
fraquejar. O martismo vai juntar-se
ao janismo e ao malufismo no rol
dos "cases" clássicos da sociologia
do voto na capital.
O tucano pode perder muito se
entrar na disputa. Também pode
perder muito se não entrar. Alckmin não tem apoio na administração municipal. Kassab foi espinafrado por alckmistas em 2006 -no
bombardeio para que Serra não
saísse candidato à Presidência. Os
tucanos na prefeitura são todos alinhados ao atual governador.
O Datafolha mostra que o único
trunfo de Alckmin -a liderança folgada nas pesquisas- começa a ser
relativizado. O ex-governador só
não perdeu mais pontos porque se
manteve firme na faixas de eleitores com ensino fundamental e no
estrato de renda familiar de 2 a 5
mínimos. Aí está a verdadeira e populosa classe média paulistana.
Caso a queda verificada hoje continue, meu palpite é que Alckmin
será empurrado para a disputa da
prefeitura. Permanecer mais dois
anos no limbo político e sem controle do partido é tomar um risco
excessivo -o risco de uma marcha
sem volta rumo ao nanismo.
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