São Paulo, quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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CPMF
"A incoerência dos políticos brasileiros, de todos os partidos, assusta. Em abril de 2002, o senador tucano Arthur Virgílio Neto declarava: "O atraso na aprovação da emenda que prorroga a CPMF abre buraco inaceitável nas contas públicas brasileiras. E, portanto, não havia mais do que três hipóteses para sanar o problema: aumentar alíquotas, cortar investimentos ou combinar os dois amargos remédios. Daí a opção pelo aumento das alíquotas do IOF, que talvez por si só não seja suficiente para cobrir o inteiro do déficit. Pessoalmente não considero a CPMF o imposto ideal. Afinal ele se dá em cascata, apesar de, no seu aspecto positivo, tributar também pessoas e atividades informais -e até ilícitas. Afirmo, com toda convicção, que o mais nocivo de tudo, todavia, é o rombo de R$ 400 milhões que cada semana de adiamento da aprovação da CPMF acarreta para as contas públicas".
E conclui: "Governar, muitas vezes, é escolher entre o desagradável e o desastroso".
Pergunto: quem foi mesmo que declarou "esqueçam o que eu disse ou escrevi"?
Se garimparmos declarações de petistas quando eram oposição, encontraremos incoerências semelhantes."
GABRIEL G. COTTINI (Juiz de Fora, MG)

Educação
"Muito bom o texto de Rudá Ricci de ontem ("Estratégia educacional brasileira", "Tendências/Debates").
Desde os anos 90, a discussão sobre o papel do ensino universitário no Brasil caminha para o lado errado. A universidade desempenha um papel muito específico nas sociedades, principalmente num país pobre como o Brasil.
Aqui na Alemanha, o ensino técnico é forte e existe em diversos níveis, desde os mais básicos (padeiro, por exemplo) até os mais complexos (como metalurgia). Um ensino técnico assim seria muito mais efetivo para o aumento da produtividade do trabalho do que as universidades de segunda categoria. Mas não vejo quase ninguém discutir isso no Brasil. Universidades públicas, estudantes e governos só falam em universidade.
O governo Lula tem uma visão errada sobre educação. O conceito básico do Prouni -universidade para todos- é equivocado. Por definição, universidade não é para todos -e não deve ser."
JORGE HARGRAVE (Freiburg, Alemanha)

"Soa vazia e superficial a proposta de uma "estratégia educacional brasileira" quando não se tem em conta um amplo entendimento sobre a situação da educação no país.
Rudá Ricci arregimenta argumentos falseando a história.
1) Diz que, com a criação da USP, nasceu um "pensamento científico com vocação ao poder", mas se esquece de que foi a própria elite paulista, até então ocupante do poder, que a criou.
2) Despreza o fato de que a inversão da "realidade universitária" não se deu só nos anos 90, mas teve seu início nos 60. Pior: refere-se ao crescimento do ensino privado como se fosse um dado "natural", o que lhe permite concluir que a queda da qualidade se deve à desordem do processo de crescimento e à ingerência política, que teria perturbado o "bom" ensino privado.
3) O mais grave, por fim, é advogar a simplória relação entre aumento na demanda por EJA (educação de jovens e adultos), acompanhada de uma queda na demanda pelo ensino regular, e a "crescente" oferta de postos de trabalho. No fundo, cria-se um mote para defender a controversa "diferenciação" das modalidades de ensino, que mantém viva a lógica que regeu a criação da USP nos anos 30: ensino de qualidades diferenciadas (ditas "vocações') para camadas diferenciadas da população (leia-se: ensino de pior qualidade para as camadas mais pobres).
Trata-se, portanto, de falsa estratégia educacional: em vez de projetar o futuro, com objetivos bem definidos, apenas justifica o presente, tornando nosso passado educacional mais vivo do que nunca."
LALO WATANABE MINTO, doutorando em educação pela Faculdade de Educação da Unicamp e membro do Instituto Brasileiro de Estudos Contemporâneos (Campinas, SP)

Promotor e motoqueiro
"Discordo do leitor Claudinei Ribeiro ("Painel do Leitor", 9/1). Se o motoqueiro tivesse matado o promotor Pedro Pereira, ele não seria de forma nenhuma um pobre coitado. Ele receberia a carinhosa alcunha de "correria" em artigos de jornal, contaria com a inabalável proteção dos defensores dos "direitos humanos" e também com a infame instituição da progressão de pena (isso se fosse preso).
Já o promotor, se tivesse sido morto, seria apenas mais um número nas estatísticas da violência. E seria execrado publicamente por "intelectuais" e músicos "alternativos" por ousar ter um carro, um relógio, uma carreira."
ANA LUIZA DALTRO (São Paulo, SP)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de:
Tiago Cintra Essado, promotor de Justiça (Ribeirão Preto, SP); Auri Stela Menna Barreto Gasparini, primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade (Ribeirão Preto, SP); Figueiredo Filho, assessor de imprensa da Unaerp (Ribeirão Preto, SP); Juliana Damus, vereadora pelo PV-SP (Araraquara, SP); João Alves de Souza Filho (Manaus, AM); Sergio de Meira Coelho (Botucatu, SP); Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ); Expresso de Prata (Bauru, SP); Nova Mercante (São Paulo, SP); Niemeyer Assessoria de Comunicação (São Paulo, SP); Câmara Municipal de Bebedouro (Bebedouro, SP); Centro de Reprodução Humana Professor Franco Júnior (Ribeirão Preto, SP); OHL (São Paulo, SP).
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