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Confiança pelos ares
SALVO EM casos extremos, os
aeroportos mais modernos
do mundo são capazes de
operar até mesmo sob neve. No
Brasil, é lamentável que os usuários de Congonhas, o maior do
país em volume de tráfego, tenham de suportar constantes
atrasos e cancelamentos de vôos
por causa de chuvas.
O maior problema de Congonhas é o desgaste das duas pistas.
Devido ao intenso tráfego de aeronaves, o asfalto perdeu a aderência, o que dificulta a frenagem
em dias de chuva.
A fim de sanar o problema, a
Infraero informou que fará reformas na pista ao longo deste
semestre. Em decorrência das
obras, a estatal estuda transferir
parte dos vôos para outros aeroportos e vai estender em duas
horas o período de funcionamento de Congonhas, que passará a operar das 5h30 à 0h30.
Se mais um longo período de
transtornos ao usuário do aeroporto paulistano parece inevitável, nada justifica a desinformação e a falta de assistência a que
os passageiros mais uma vez estão entregues. As companhias
aéreas e os diversos órgãos que
administram o tráfego aéreo falham ao não garantir nem mesmo o mais elementar dos direitos dos passageiros: ser informado sobre os problemas e ter alguma previsão acerca do atraso.
Uma das causas do problema é
a falta de coordenação entre as
companhias e os órgãos responsáveis pelo tráfego aéreo. As siglas da burocracia são várias (Infraero, Anac, Dcea), mas a sua capacidade conjunta de prestar
contas ao usuário tende a zero.
Além dos prejuízos econômicos diretos causados pela crise
aérea -que se arrasta sem solução há mais de quatro meses-, é
a própria credibilidade do sistema aeroportuário brasileiro que
está sendo abalada. Recuperar a
confiança perdida por conta da
inépcia e da indolência será bem
mais difícil e demorado do que
reformar a pista de Congonhas.
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