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Retomada da indústria
APÓS DOIS meses de leve retração, a produção da indústria brasileira voltou a
se expandir no mês de janeiro:
1,8% maior do que no mês final
de 2007, segundo o IBGE.
O crescimento foi abrangente.
Dos 27 ramos industriais pesquisados, 19 ampliaram a produção.
Graças a isso, a expansão industrial dependeu menos do desempenho dos setores de bens de
consumo durável e de bens de
capital, os líderes do crescimento no ano passado. O aumento
das vendas propiciou alta na produção até mesmo de segmentos
que vêm sofrendo com a concorrência de importados (vestuário
e calçados).
O dinamismo da produção industrial tem sempre uma óbvia
dimensão positiva, pois propicia
a criação de empregos. Mas em
determinadas circunstâncias ela
pode suscitar temores quanto a
seu impacto sobre a inflação.
Nesse aspecto, a reaceleração
da produção industrial poderia
ser considerada preocupante,
por reavivar o risco de que um
número crescente de segmentos
chegue ao limite de sua capacidade de oferta. Ponto a partir do
qual a dificuldade em atender à
demanda tenderia a traduzir-se
em aumentos de preços.
A pesquisa do IBGE trouxe,
porém, dados que amenizam esse receio. A produção de máquinas e equipamentos continuou a
exibir taxa de expansão, sobre
igual período do ano anterior, superior à maioria dos demais ramos industriais.
Somando-se a isso o salto das
importações de máquinas e equipamentos -no primeiro mês
deste ano foram 57% maiores do
que em janeiro de 2007-, está
em curso uma expansão da capacidade produtiva em variados ramos da indústria ao longo de
2008. O que significa boas perspectivas de se impedir um agravamento de pressões inflacionárias associadas a um descompasso entre a oferta e a demanda.
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