São Paulo, segunda-feira, 10 de março de 2008

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Retomada da indústria

APÓS DOIS meses de leve retração, a produção da indústria brasileira voltou a se expandir no mês de janeiro: 1,8% maior do que no mês final de 2007, segundo o IBGE.
O crescimento foi abrangente. Dos 27 ramos industriais pesquisados, 19 ampliaram a produção. Graças a isso, a expansão industrial dependeu menos do desempenho dos setores de bens de consumo durável e de bens de capital, os líderes do crescimento no ano passado. O aumento das vendas propiciou alta na produção até mesmo de segmentos que vêm sofrendo com a concorrência de importados (vestuário e calçados).
O dinamismo da produção industrial tem sempre uma óbvia dimensão positiva, pois propicia a criação de empregos. Mas em determinadas circunstâncias ela pode suscitar temores quanto a seu impacto sobre a inflação.
Nesse aspecto, a reaceleração da produção industrial poderia ser considerada preocupante, por reavivar o risco de que um número crescente de segmentos chegue ao limite de sua capacidade de oferta. Ponto a partir do qual a dificuldade em atender à demanda tenderia a traduzir-se em aumentos de preços.
A pesquisa do IBGE trouxe, porém, dados que amenizam esse receio. A produção de máquinas e equipamentos continuou a exibir taxa de expansão, sobre igual período do ano anterior, superior à maioria dos demais ramos industriais.
Somando-se a isso o salto das importações de máquinas e equipamentos -no primeiro mês deste ano foram 57% maiores do que em janeiro de 2007-, está em curso uma expansão da capacidade produtiva em variados ramos da indústria ao longo de 2008. O que significa boas perspectivas de se impedir um agravamento de pressões inflacionárias associadas a um descompasso entre a oferta e a demanda.


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